BRASIL - O presidente do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano
Coutinho, confirmou ontem, em audiência no Senado, que financiamentos
concedidos pelo país a Angola e Cuba foram classificados como secretos por
causa de um acordo feito entre o Brasil e os dois países. O BNDES é o banco de
desenvolvimento do governo federal e seu capital é constituído com dinheiro de
impostos cobrados dos cidadãos brasileiros.
“Os contratos são sujeitos a cláusulas do país de destino. Estão
sujeitos a um tratado ou a uma disposição soberana do país beneficiado por uma
exportação”, afirmou Coutinho durante audiência pública na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado.
O Jornal Folha havia revelado em abril que o ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, havia tornado secretos os
documentos sobre os empréstimos às duas nações pelo BNDES – o que não ocorreu
com outras 13 nações beneficiadas por financiamentos do banco estatal.
Luciano Coutinho,
presidente do BNDES
Dados estratégicos
Na ocasião, o ministério alegou que os contratos continham
informações “estratégicas” e eram “cobertos por sigilo comercial”. Apenas em
2012, o BNDES desembolsou US$ 875 milhões para Cuba e Angola.
Segundo Coutinho, os valores globais envolvidos são públicos, mas
os detalhes da operação não podem ser revelados. Segundo ele, o dinheiro dos
empréstimos teve como destino o apoio à produção e à exportação de bens de
capital e serviços de engenharia nos dois países.
Fonte:
gazetadopovo.com.br