30 de maio de 2016

A FARRA NÃO ACABA- A dupla acusada de Receber propina Eduardo Braga e Omar Aziz brigam pela Eletronorte

AMAZONAS - A Eletronorte, sediada em Belém, é tradicionalmente do PMDB do Pará. A escolha de seu titular passa pelas mãos do presidente do PMDB local, senador Jader Barbalho. O atual, Tito Cardoso de Oliveira Neto, foi indicado por ele. Agora, no governo Temer, Jader continuará mandando, mas o Planalto espera que negocie com os senadores Petecão (PSD-AC), Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-ministro. Não se sabe se ele manterá Tito ou fará nova indicação.

O cargo de presidente da Eletrosul ficará com o PMDB de Santa Catarina. Os petistas, nos governos de Lula e Dilma, desalojaram os peemedebistas. Apenas por um breve período, no ano passado, a estatal foi presidida por Djalma Berger, irmão do senador Dário Berger (PMDB-SC). Esta semana, a Secretaria de Governo, do ministro Geddel Vieira Lima, deve concluir as negociações e levar os nomes para Michel Temer.

Acusados de receber propinas
Segundo Clóvis Primo, a Andrade Gutierrez tinha preferência pela obra porque estava instalada há muitos anos no Amazonas.
Eduardo Braga
Havia uma combinação, que ocorreu durante os oito anos do governador, Eduardo Braga (PMDB), de pagamento de propina de 10% sobre o valor de cada obra da empreiteira, segundo o delator.
De acordo com Primo, Braga fazia ameaças se houvesse atraso no pagamento da propina. "Ele era jogo duro", afirmou.
Braga teria recebido entre R$ 20 e R$ 30 milhões, segundo estimativa de Sá.

Omar Aziz
Ao detalhar a licitação da Arena da Amazônia, Primo disse ter se encontrado, em hotel em Brasília, com o sucessor de Braga no governo do estado, o senador Omar Aziz (PSD).
O delator afirmou ter tentando negociar redução da propina e disse que, após fazer "um grande teatro" e ter se exaltado, Aziz aceitou a redução para 5% do valor das obras.
Segundo Sá, em outra reunião, em São Paulo, Omar Aziz pediu propina de R$ 20 milhões à construtora, alegando que a empresa tinha grande volume de obras no estado e que a verba seria usada para pagar despesas de campanha.
O delator afirmou que, ao ouvir que não era possível, Omar Aziz teria insistido de modo agressivo, aumentado o tom e afirmado que, se a propina não fosse paga, o governo estadual poderia "se vingar" da Andrade Guetierrez.
A delação informa que Omar Aziz teria inclusive sugerido que a construtora executasse algum serviço de medição de terraplanagem e embutisse o valor.
O total pago pela Andrade Gutierrez a Aziz somou cerca de R$ 18 milhões, segundo Sá, e teriam sido feitos pelo menos até setembro de 2011.
A Procuradoria-Geral da República ainda não pediu abertura de inquérito para investigar os dois senadores.

Fonte: G1