O Ministério
das Relações Exteriores deflagrou ação para evitar que documentos que envolvam
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a Odebrecht, empreiteira
investigada na Operação Lava-Jato, venham a público. A ordem interna partiu do
diretor do Departamento de Comunicações e Documentação (DCD) do Itamaraty,
ministro João Pedro Corrêa Costa, depois que o órgão que ele dirige recebeu um
pedido de informações de um jornalista baseado na Lei de Acesso à Informação. O
GLOBO obteve um memorando que ele disparou, na última terça-feira, sugerindo a
colegas do Itamaraty que tornassem sigilosos documentos “reservados” do
ministério que citam a Odebrecht entre 2003 e 2010, que, pela lei, já deveriam
estar disponíveis para consulta pública.
Pela lei,
papéis “reservados” perdem o sigilo em cinco anos. No ofício interno do
Itamaraty, o diplomata cogita a reclassificação dos documentos como “secretos”,
o que aumentaria para 15 anos o prazo para divulgação. Dessa forma, as
informações continuariam sigilosas por até dez anos.