22 de setembro de 2015

Governo Dilma em crise faz Dolar chegar ao patamar mais alto no Plano Real



O dólar saltava mais de 1%o e superava R$ 4 reais, nível intradia mais alto na história nesta terça-feira, 22, com investidores apreensivos com a votação dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff no Congresso e com a possibilidade de os juros subirem nos Estados Unidos ainda neste ano. Às 9:41, o dólar avançava 1,02% , a R$ 4,0214 na venda, após atingir R$ 4,0322 na máxima da sessão, maior nível durante os negócios, superando a marca anterior de R$ 4 vista em outubro de 2002.

A moeda norte-americana também fortalecia intensamente contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

“Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país quase ingovernável do ponto de vista fiscal”, disse o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa. Investidores temem sobretudo que o Congresso derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o reajuste das contas públicas e alimentando apostas de que o país pode perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor’s.

As preocupações seguiam fortes mesmo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defender que esse veto deve ser mantido. O panorama externo tampouco ajudava o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após declarações de uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, após postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global. O salto da moeda dos EUA alimentava nas mesas de câmbio que o Banco Central pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação.

Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história. E não anunciou leilão de linha para esta sessão até o momento.
“(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real, pois leilão de linha não faz mais preço”, escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek. O BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares

O que muda com a subida do dólar
 Quais são as vantagens e desvantagens da subida recente do valor do dólar para o brasileiro? O dólar tem subido devido a crise externa que irá afetar a economia do mundo inteiro. Uma das consequências dessa crise financeira é a alta da moeda americana em todo o mundo.
O turista brasileiro nos Estados Unidos é um dos mais prejudicados com a alta do dólar pois consumir está ficando mais caro. O salário em real continua o mesmo, mas o câmbio para a moeda americana está aumentando o valor em moeda brasileira. Assim, está mais caro comprar dólar e comprar em dólar. Para o turista, também há o preço das passagens aéreas que são quantificadas em dólar e, que, portanto, estão ficando mais caras. Isso pode gerar mais viagens para dentro do nosso país, em vez de viagens para o exterior.
 Outra consequência que poderá ser vista em pouco tempo é o aumento de alguns preços, já que muitos componentes são importados e a moeda mais utilizada é o dólar americano. Assim, mesmo o consumidor comum começará a perceber aumento de preços em alguns setores da economia. E, dependendo de quanto o dólar subir, esse aumento de preços poderá se tornar generalizado, aumentando a inflação por aqui.
Essa inflação, que sempre começa afetando os produtos internacionais, importados, acaba também contaminando os produtos que, teoricamente não precisariam estar com seus valores baseados na moeda dos Estados Unidos. Isso é devido a muitos dos produtos serem comercializados em dólar para exportação, e, se eles são vendidos lá fora por um preço maior, o comerciante brasileiro acabará aumentando o preço por aqui para não ter desvantagem na venda. Desse modo, há um círculo vicioso que empurra todos os preços para cima, independente de ter peças ou componentes dolarizados.
Nesse cenário, alguns importadores poderão fazer a escolha de comprar da indústria brasileira para não pagar mais caro, ou seja, vão movimentar mais o consumo dos produtos fabricados no Brasil, ocasionando um aumento de geração de empregos por aqui e, consequentemente, um aquecimento da economia para a indústria nacional. Esse movimento beneficia os empresários brasileiros que produzem por aqui, mas também motiva esses mesmos empresários a exportarem para ter um lucro maior. Uma última consequência vista com a alta do dólar, e, consequente desvalorização da nossa moeda, o Real, é a chegada de muitos turistas estrangeiros, que podem consumir e injetar dinheiro na nossa economia. Isso irá melhorar a economia local e poderá melhorar a vida dos habitantes das regiões em que o turismo estrangeiro é maior, como a grandes capitais e cidades turísticas brasileiras.

Fonte: gazeta do povo , Organizze