SARNEY – A Odebrecht [...] vão abrir, vão contar tudo. Vão livrar
a cara do Lula. E vão pegar a Dilma. Porque foi com ele quem tratou diretamente
sobre o pagamento do João Santana foi ela. Então eles vão fazer. Porque isso
tudo foi muito ruim pra eles. Com isso não tem jeito. Agora precisa se armar.
Como vamos fazer com essa situação. A oposição não vai aceitar. Vamos ter que
fazer um acordo geral com tudo isso.
MACHADO – Inclusive
com o supremo. E disse com o Supremo, com os jornais, com todo mundo.
SARNEY – Supremo ... Não pode abandonar.
SARNEY – Supremo ... Não pode abandonar.
Sarney
cita o nome do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor
Rocha, como alguém que, segundo Sarney, teria proximidade com Teori, e diz que
vai falar com ele sobre isso.
MACHADO – Porque realmente, se me jogarem para
baixo aí... Teori ninguém consegue conversar.
SARNEY – Você se dá com o Cesar. Cesar Rocha.
MACHADO – Hum?
SARNEY – Cesar Rocha.
MACHADO – Dou, mas o Cesar não tem acesso ao Teori não. Tem?
SARNEY – Tem total acesso ao Teori. Muito muito muito muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar.
SARNEY – Você se dá com o Cesar. Cesar Rocha.
MACHADO – Hum?
SARNEY – Cesar Rocha.
MACHADO – Dou, mas o Cesar não tem acesso ao Teori não. Tem?
SARNEY – Tem total acesso ao Teori. Muito muito muito muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar.
Machado
também gravou uma conversa em que estavam presentes, juntos, Sarney e Renan, em
11 de março. O tema ainda é como ter acesso ao Teori. Desta vez, por meio do
advogado Eduardo Ferrão, que também seria amigo do ministro.
SARNEY – O Renan me fez uma lembrança que pode
substituir o Cesar. O Ferrão é muito amigo do Teori.
RENAN – Tem que ser uma coisa confidencial.
MACHADO: Só entre nós e o Ferrão.
RENAN – Tem que ser uma coisa confidencial.
MACHADO: Só entre nós e o Ferrão.
Apesar das conversas para tentar evitar que a Lava Jato chegasse à cúpula do PMDB, Sérgio Machado fechou um acordo de delação premiada fazendo justamente o oposto: entregou a Procuradoria várias gravações como estas, em que compromete os ex-aliados. Ou seja, a tentativa de interferir nas investigações não deu certo.
Além
de entregar as gravações das conversas, Sérgio Machado já deu depoimentos sobre
o envolvimento de políticos no esquema de corrupção na Petrobras. Agora, o
procurador poderá pedir abertura de investigações a partir das declarações, o
que não tem prazo para acontecer.
Fonte: G1