BRASIL - Anexos da pré-delação do ex-deputado e
ex-presidente do Partido Progressista (PP) Pedro Corrêa, firmada com o
Ministério Público Federal (MPF), indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva tinha conhecimento sobre o esquema de corrupção desvendado na
Petrobras e que interferiu diretamente na nomeação de Paulo Roberto Costa para
a diretoria de Abastecimento por indicação do PP.
A delação de Pedro Corrêa ainda não foi
homologada pela Justiça.
Em um dos anexos, o ex-deputado relata uma
reunião entre Lula e o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra para
tratar da nomeação de Costa no setor.
Paulo Roberto Costa é considerado pela
força-tarefa da Lava Jato como peça-chave para as investigações. O esquema de
corrupção na Petrobras envolveu contratos que somam R$ 89 bilhões. Costa foi um
dos primeiros a fechar o acordo de delação premiada.
O trecho começa com Lula cobrando Dutra sobre
a demora para a nomeação de Costa para assumir o setor. "Oh, Dutra, nós
não nos comprometemos com o PP, que indicou o Dr. Paulo Roberto, já há algum
tempo, para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Porque até agora ele não
foi nomeado?".
Dutra, segundo Corrêa, respondeu que a mudança
era um assunto complicado dentro da estatal. "Porque esta mudança de
diretor é um assunto complicado dentro da Petrobras. Estão havendo resistências
além de a competência não ser só minha para nomeá-lo".
Em nota, o Instituto Lula afirmou que Pedro
Corrêa já foi condenado pela Justiça e que "foi para não cumprir essa pena
na cadeia que ele aceitou negociar com o Ministério Público Federal uma
narrativa falsa envolvendo o ex-Presidente Lula, inventando até mesmo diálogos
que teriam ocorrido há 12 anos".
"É repugnante que policiais e promotores
transcrevam essa farsa em documento oficial, num formato claramente direcionado
a enxovalhar a honra do ex-presidente Lula e de um dos mais respeitáveis
políticos brasileiros, o falecido senador José Eduardo Dutra, que não pode se
defender dessa calúnia", diz o instituto em nota.
Segundo reportagem da revista
"Veja", publicada nesta sexta-feira (27), nesta pré-delação, o
ex-deputado Pedro Corrêa contou que, em determinado momento, parlamentares do
PP se rebelaram contra o crescimento da participação do PMDB nos contratos
firmados na Diretoria de Abastecimento da Petrobras e procuraram o
ex-presidente Lula.
Aos procuradores, os deputados chamaram este
crescimento de "invasão". Segundo a "Veja", ainda conforme
o relato de Corrêa, Lula teria dito que eles "estavam com as burras cheias
de dinheiro" e que a diretoria era "muito grande" e tinha de
"atender os outros aliados, pois o orçamento" era "muito
grande" e a diretoria era "capaz de atender todo mundo".
De acordo com a revista, Corrêa acrescentou
aos procuradores que Lula teria garantido que "a maior parte das comissões
seria do PP, dono da indicação do Paulinho".
Com a ordem de Lula para que os partidos se
entendessem, Corrêa disse ter se reunido com membros do PMDB para tratar da
partilha. Um dos primeiros procurados "para buscar o melhor entendimento
na arrecadação" teria sido o senador Renan Calheiros, acompanhado do
deputado Aníbal Gomes. Ele fez a mesma coisa com o deputado Eduardo Cunha e o
senador Romero Jucá - todos do PMDB. De acordo com a revista, acertados os
termos com o PMDB, os negócios começaram a fluir a partir de 2006.
A "Veja" afirma que Pedro Corrêa
também relatou que o PMDB cobrou para manter o apoio à permanência de Paulo
Roberto Costa e de Nestor Cerveró - que na época também era diretor da
Petrobras. Foi cobrada uma propina de US$ 18 milhões, que deveria ser paga a
tempo de financiar a campanha eleitoral daquele ano - 2006. O partido recebeu
US$ 6 milhões.
De
acordo com a revista, Corrêa disse que o atual ministro do Turismo, Henrique
Eduardo Alves, ficava com parte de tudo o que era arrecadado pelo esquema do
PMDB. Eduardo Cunha também teria recebido parte dos US$ 6 milhões.
Corrêa ainda afirmou que o ex-ministro e
atual senador Edison Lobão tinha participação nos contratos com as grandes
empreiteiras. Ainda de acordo com a revista, Corrêa também acrescentou que o
Laboratório EMS pagava propina para os ex-ministros José Dirceu e Alexandre
Padilha. Além disse, afirmou que vantagens também eram cobradas das empresas
que se habilitavam a participar do programa "Minha Casa Minha Vida" e
que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria negociado pagamentos para seu partido
em uma obra de Furnas.
Dilma Rousseff
Em
outro anexo do documento de pré-delação, o ex-deputado cita que a presidente
afastada Dilma Rousseff se comprometeu a ajudar na nomeação de Paulo Roberto
Costa para o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.
A
promessa teria sido feita em 2003, quando Dilma era ministra de Minas e
Energia, em meio a uma reunião na casa de João Claudio Genu marcada
para discutir reforma no setor elétrico. Dilma foi à reunião, segundo Pedro
Corrêa, para conversar com um grupo de deputados do PP para verificar como o
partido teria a indicação da relatoria da reforma.
Conforme
o relato de Corrêa, o ex-deputado José Janene, morto em 2010, era presidente da
Comissão de Minas e Energia da Câmara e o PP tinha interesse em assumir a
relatoria.
"O PP aproveitaria
a oportunidade da relatoria para levantar valores de propina em troca de
proposições específicas na Reforma para atender aos interesses dos empresários
do setor para o pagamento de propina", diz trecho do anexo.
No
anexo seguinte, a narrativa do ex-deputado traz fatos de 2010. A presidente
afastada estava em uma reunião para prestigiar Paulo Roberto Costa na casa do
deputado Pizzolati.
Corrêa
afirma que Dilma Rousseff, que à época era candidata à Presidência da
República, se comprometeu a manter Paulo Roberto Costa na Diretoria de
Abastecimento e a manter o Ministério das Cidades com o PP. Ainda de acordo com
o ex-deputado, nesta mesma reunião, Dilma aproveitou para pedir apoio
financeiro para a campanha.
A
assessoria de imprensa da presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que a
informação de que ela se reuniu em 2010 com Paulo Roberto Costa para pedir
apoio financeiro é "mentirosa e absurda, sendo desmentida inclusive por
outras evidências e depoimentos divulgados ao longo da Operação
Lava-Jato". "Vemos, mais uma vez, uma nova tentativa de se tentar envolver
o nome da presidenta Dilma Rousseff em versões fantasiosas, inconsistentes e
que serão desmentidas pelos fatos." (veja a íntegra dessa nota no final da
reportagem)
Delcídio do Amaral
A
indicação de Delcídio do Amaral para a Diretoria de Gás e Energia da Petrobras
no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) partiu, de acordo com o
ex-deputado Pedro Corrêa, de Geddel Vieira Lima – atual ministro da Secretaria
de Governo. Corrêa teria presenciado uma conversa em viva-voz entre Gedel e o
ex-presidente FHC.
Trecho da conversa
disponível na pré-delação
FHC: GEDDEL, eu preciso de um novo nome, um nome mais técnico
para a Diretoria de Gás e
Energia.
Geddel: Presidente, o Delcídio foi Diretor da ELETROSUL, da ELETROBRÁS, Secretário Executivo de Minas e Energia e Ministro de Minas e Energia. Ninguém é mais técnico do que o Delcídio para esta função.
FHC: Mas eu gostaria de mais um nome.
Geddel: Então o senhor escolha um REISCHUL (genro de FHC e Presidente da BR Distribuidora) da vida, que nós não temos outro nome. Só temos o de Delcídio.
FHC: (após alguns segundos): Está bem, até logo Gedel.
Corrêa afirmou que após Delcídio
assumir o cargo, o ex-deputado José Janene ficou encarregado de receber a parte
do PP da propina, que era repassada por deputados que haviam saído do PP e ido
para PMDB.
“Delcídio cobrava a
propina junto às empresas que tinham negócios na Diretoria, repassava uma parte
ao PMDB que, através dos quatro deputados que tinham ido PP para o PMDB,
repassava um pedaço menor ao deputado Janene. O valor entrava no caixa dois do
PP para pagar as despesas e repassar aos parlamentares”, diz trecho do anexo.
No
anexo, o ex-deputado contou que houve resistência em relação ao nome de
Delcídio. De acordo com Corrêa, o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra
recebia R$ 1 milhão de propina por mês do ex-diretor Rogério Manso.
Ainda
de acordo com Corrêa, Delcídio do Amaral indicou Nestor Cerveró para a
Diretoria Internacional da Petrobras no primeiro governo Lula. O ex-deputado
afirma ainda que houve um entendimento entre o ex-ministro José Dirceu e o PMDB
de “que a Diretoria Internacional seria do partido”.
Coube
ao deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), segundo Corrêa, as tratativas de
negociação da propina junto a Cerveró. Ficou estabelecida, disse Corrêa,
propina de U$S 700 mil por mês para o PMDB.
Segundo
Corrêa, ele soube destes fatos pelo ex-deputado José Janene. Tudo teria sido
confirmado por Paulo Roberto Costa.
O
ex-deputado afirma também ter conhecimento de que o esquema de corrupção na
Petrobras desde os governos militares. Ele menciona o ex-diretor da estatal
Shigeaki Ueki – considerado um dos brasileiros mais ricos do mundo.
Eduardo Cunha
Corrêa
ainda afirmou que, com a saída de Nestor Cerveró do cargo, o nome de Jorge
Zelada foi indicado com o aval do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB).
O
ex-deputado afirmou que Nestor Cerveró não estava cumprindo com o pagamento
mensal de US$ 700 mil e por isso o PMDB deixou de apoiá-lo. O novo nome
indicado pelo partido foi o de João Augusto Henriques, que não pode assumir o
cargo em virtude de condenação no Tribunal de Contas da União (TCU).
Pedro
Corrêa disse que foi procurado para interferir junto ao TCU para resolver a
questão de Henriques, porém, o julgamento já havia ocorrido. Quem assumiu o
cargo, então, foi Jorge Zelada, igualmente com a indicação do PMDB.
“Em
função deste fato, João Henriques não pode ser nomeado e indicou para o seu
lugar a pessoa de Jorge Zellada, com o aval do PMDB e de Eduardo Cunha, que
manteve negócios com o PMDB, PT e com o Senador Delcídio Amaral”, diz trecho.
Sem
dar maiores detalhes, a "Veja" afirmou que outros políticos também
foram citados na delação de Corrêa: o ex-ministro Aldo Rebelo; o ex-ministro
Alfredo Nascimento; o ex-ministro Aloizio Mercadante; o ministro do TCU Augusto
Nardes; o deputado José Guimarães; o deputado Paulo Maluf; a ex-governadora do
Maranhão Roseana Sarney e o senador Valdir Raupp.
Outro lado
Em
nota, o Partido Progressista afirmou que não admite a prática de atos ilícitos
e reafirma confiar no trabalho da Justiça.
Através
de sua assessoria de imprensa, o senador Renan Calheiros afirmou que não se
reuniu com Pedro Corrêa e nunca o faria por se tratar de pessoa que não é
de suas relações, nem políticas ou pessoais. O senador afirmou que todas as
doações de campanha recebidas foram legais e aprovadas pela Justiça e que ele
não foi candidato em 2006. “Chega de delação de bandidos citando relações inexistentes
ou fictícias para sair da cadeia e expor terceiros. A delação que não for
confirmada deve agravar a pena dos autores e não livrá-los da cadeia”, disse o
senador.
Já
o advogado de Romero Jucá, Roseana Sarney e Edison Lobão afirma que Pedro Corrêa
faz uma "não delação". "Conta uma história de 40 anos, sem fatos
e sem datas. Uma irresponsabilidade estas acusações terem qualquer validade.
Recria diálogos de 10 anos atrás, inventa. É a desmoralização da delação",
disse Antonio Carlos de Almeida Castro.
O
ministro Henrique Eduardo Alves classifica a citação como absurda, mentirosa,
irresponsável e cretina. Alves afirma que nunca tratou desses assuntos com
Corrêa ou com quem quer que seja, em qualquer tempo ou lugar.
Através
de sua assessoria, o presidente em exercício do PMDB, Romero Jucá, disse que
desconhece qualquer reunião que tenha sido feita para tratar sobre esse
assunto. Ele afirma que as doações ao partido sempre foram feitas conforme as
leis vigentes.
O PSDB enviou nota em que diz que o
partido e seu presidente, Aécio Neves, repudiam veementemente a repetição das
mesmas antigas e falsas acusações que vem sendo feitas há anos por seus
advsersários políticos sempre na base de ouvir dizer de terceiros. Afirma ainda
que o assunto já foi arquivado pela procuradoria-geral da república por
inexistência de qualquer prova ou indicio que possa minimamente comprová-lo.
O
ministro da secretaria de governo Geddel Vieira Lima negou ter feito a
indicação de Delcídio do Amaral para a diretoria da Petrobras.
O ex-ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, disse por nota que é absurda a tentativa de
associar seu nome a qualquer irregularidade e ressaltou que o delator Corrêa
não apresentou qualquer fato que sustente a suspeita.
O
deputado federal Paulo Maluf afirmou que Pedro Corrêa não tem credibilidade
nenhuma. “Você precisa de gente com mais credibilidade para dar informação. O
Pedro Corrêa seria melhor se fizesse delação sobre o que a filha dele, Aline
Corrêa, fez na prefeitura de Americana, Limeira e Campinas, que os três
prefeitos foram cassados pela Justiça”, afirmou Maluf por telefone. Sobre a
acusação de que em 2004 teria recebido R$ 20 milhões para atrapalhar as
eleições para a Prefeitura de São Paulo, afirmou: "Em 2004, eu era
candidato a prefeito. Por que que eu iria atrapalhar a eleição de alguém? Eu
queria ser eleito eu. Eu não estava no governo, eu era candidato e queria ser
eleito".
Já
Eduardo Cunha disse que desconhece a delação e que nunca teve qualquer
relacionamento com Pedro Corrêa. Ele disse também que não teve relação com a
permanência de Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró nos cargos da Petrobras.
A
defesa de Delcídio do Amaral disse que desconhece o teor da delação de Pedro
Corrêa e que não há nenhuma prova de que Delcídio era corrupto. O ex-senador se
coloca à disposição para fazer a acareação caso o Ministério Público ache
necessário.
O
laboratório Pfizer disse que por nota que desconhece o teor das denúncias ou de
qualquer envolvimento em atividades ilícitas e que rechaça toda atividade dessa
natureza.
A
advogada de Nestor Cerveró, Alessi Brandão, disse que as negociações de seu
cliente para permanecer na Diretoria Internacional da Petrobras foram relatadas
em sua delação premiada, que está sob sigilo. Ela não confirmou nem negou que a
reunião de Cerveró com caciques do PMDB em 2006 tenha ocorrido, assim como o
pedido de peemedebistas para que ele e Paulo Roberto Costa arrecadassem
propinas no valor de US$ 18 milhões.
O
senador Valdir Raupp afirma desconhecer a delação e nega envolvimento no esquema.
O
ex-ministro Jaques Wagner rebateu a delação e disse que todas as doações
recebidas por sua campanha foram declaradas à Justiça e aprovadas.
A
assessoria de imprensa do ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou que Mercadante
nunca teve nenhuma relação com o ex-deputado Pedro Corrêa e nunca participou de
reuniões com e ex-deputado, especialmente depois de Pedro Corrêa ter sido
envolvido na denúncia da Ação Penal 470.
Alfredo Nascimento
O ex-ministro Alfredo
Nascimento afirmou que "não há nada novo nessa delação". "É uma
denúncia antiga, da época em que fui ministro dos Transpores. Tudo já foi
investigado à exaustão pela Polícia Federal e Ministério Público. Nada foi
comprovado e fui inocentado. Mas para ganhar vantagens jurídicas, os delatores
insistem em requentar essa denúncia. Já provei minha inocência e provarei todas
as vezes que forem necessárias. Vou processar o senhor Pedro Corrêa por essa
citação injusta e inverídica ao meu nome", afirmou o ministro.
O Banco do Brasil
declarou que refuta acusações e ilações sem provas.
O laboratório EMS
afirmou que "não teve acesso aos termos da colaboração do qual é
mencionada" e que "dará as devidas explicações assim que tiver acesso
ao documento".
A
reportagem ainda não conseguiu contato com a assessoria do ex-ministro Aldo
Rebelo.
O
deputado federal José Guimarães (PT-CE) não atendeu às ligações da reportagem.
A assessoria de imprensa dele informou que o parlamentar está em viagem ao
exterior.
A
assessoria de imprensa do TCU afirmou que o ministro Augusto Nardes
"refuta veementemente as injustas e absolutamente inverídicas
acusações" e que "nunca compactuou com qualquer ilícito eventualmente
praticado pelo ex-presidente em nome da legenda".
O
advogado de Jorge Luz afirmou que ele "se manifestará sobre os fatos no
foro e no momento oportunos". "Por ora, a defesa não comentará nada a
respeito”, comentou o advogado Gustavo Teixeira.
O
ex-presidente Lula se posicionou através do Instituto Lula. Veja a íntegra da
nota:
Pedro
Correa foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 20 anos de cadeia por ter
praticado 72 crimes de corrupção e 328 operações de lavagem de dinheiro. Foi
para não cumprir essa pena na cadeia que ele aceitou negociar com o Ministério Público Federal uma narrativa falsa envolvendo o ex-Presidente
Lula, inventando até mesmo diálogos que teriam ocorrido há 12 anos.
É
repugnante que policiais e promotores transcrevam essa farsa em documento
oficial, num formato claramente direcionado a enxovalhar a honra do
ex-presidente Lula e de um dos mais respeitáveis políticos brasileiros, o
falecido senador José Eduardo Dutra, que não pode se defender dessa calúnia.
O
Estado de Direito não comporta esse tipo de manipulação, insidiosa e covarde,
nem por parte dos agentes públicos nem dos meios de comunicação que dela se
aproveitam numa campanha de ódio e difamação contra o ex-presidente Lula.
A
utilização desse recurso nojento é mais uma evidência de que, após dois anos de
investigação, a Lava Jato não encontrou nenhuma prova ou sequer indício de
participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre
agiu dentro da lei. E por isso apelam a delações mentirosas.
A presidente afastada
Dilma Rousseff se posicionou através de sua assessoria de imprensa. Veja a nota
completa:
Acerca
da matéria “Decanato da Corrupção”, publicada pela revista Veja, em 27 de maio,
em que se divulga trechos de uma suposta delação premiada do ex-deputado Pedro
Correa, cumpre esclarecer que:
1. Ao
contrário do afirmado em Veja, a presidenta Dilma Rousseff JAMAIS se reuniu, em
2010 ou em qualquer outro momento, com o senhor Paulo Roberto Costa para fins de
solicitar qualquer espécie de apoio financeiro.
2.
Esta afirmação é absolutamente mentirosa e absurda, sendo desmentida inclusive
por outras evidências e depoimentos divulgados ao longo da Operação Lava-Jato.
3.
Vemos, mais uma vez, uma nova tentativa de se tentar envolver o nome da
presidenta Dilma Rousseff em versões fantasiosas, inconsistentes e que serão
desmentidas pelos fatos.
Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff
Corrupção
A Operação Lava Jato investigava transações de milhões de reais. O salto para os bilhões veio com a prova da ligação entre Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Os dois foram descobertos por causa de um carro registrado no endereço de Alberto Youssef, em nome de Paulo Roberto Costa. A placa era o ano de nascimento do ex-diretor da Petrobras.
A Operação Lava Jato investigava transações de milhões de reais. O salto para os bilhões veio com a prova da ligação entre Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Os dois foram descobertos por causa de um carro registrado no endereço de Alberto Youssef, em nome de Paulo Roberto Costa. A placa era o ano de nascimento do ex-diretor da Petrobras.
O
carro custou R$ 250 mil e, segundo a investigação, foi o pagamento de uma
propina pendente. O endereço na nota é de um apartamento de Youssef, na Vila
Nova Conceição, em São Paulo, um dos metros quadrados mais caros do país.
Condenação de Pedro Corrêa
Em
outubro do ano passado, Pedro Corrêa foi condenado pela Justiça Federal do
Paraná pelos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a 20 anos, 7 meses e dez dias de
prisão. Em dezembro, o juiz Sérgio Moro corrigiu a sentença e reduziu em quatro meses a pena, que
agora é de 20 anos, três meses e dez dias de reclusão.
A
alteração foi feita após o Ministério Público Federal (MPF) alertar o juiz de que ele havia
errado o cálculo da pena relativa aos crimes de lavagem de dinheiro cometidos
por Pedro Corrêa.
Fonte:
Veja