AMAZONAS - Em
delação premiada em que disse que repassou propina para mais de 20 políticos de
vários partidos, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, faz citações ao
prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB) e ao senador Eduardo Braga (PMDB). As
declarações estão nos depoimentos tomados pela força-tarefa de investigadores
da operação Lava Jato, que foram tornados públicos nesta quarta-feira (15),
após decisão do ministro Teori Zavascki, que retirou o sigilo do processo.
Na
delação, o MPF pediu que Machado esclareçesse um trecho em que afirmou em uma
conversa com Renan e Sarney no dia 11 março de 2016 em que disse que " ... porque todo político tá assim. Não
tem nenhum. Quem é que nunca pediu dinheiro? Zé Agripino, Aécio, Arthur (Virgílio) ...... Aloysio".
Sobre a passagem, Machado cita que “está se referindo ao mesmo esquema ilícito
de pagamento de vantagens indevidas a políticos, seja no Poder Executivo, seja
no Poder Legislativo”. O trecho está na página 85 da delação.
Em outro trecho, Arthur também
é citado como participante de uma reunião para escolher o novo presidente da
Câmara dos Deputados. “Fernando Henrique Cardoso não queria que o PSDB
disputasse a presidência da Câmara porque tinha medo de fissuras na sua base
política; que contra a vontade de FHC, foram feitas diversas reuniões na casa
do depoente (Sérgio Machado), juntamente com o senador Teotônio Vilela, os
deputados Aécio Neves e Arthur Virgílio e o depoente para articularem a
candidatura de Aécio a presidência da Câmara”, diz Machado.
Sobre o senador Eduardo Braga,
Machado afirma ter ouvido de diversos senadores nas reuniões na casa do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) “que o grupo JBS (Friboi) iria
fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões (...) que essa
doação seria por meio da JBS, que no que diz respeito ao PMDB, seriam
contemplados por doações da JBS diversos Senadores, dentre os quais: Renan
Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital Do Rego, Eduardo
Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião e outros”.
Procurado,
o secretário de Comunicação da Prefeitura de Manaus, Célio Junior, não comentou
o assunto. A assessoria de imprensa do senador Eduardo Braga afirmou que irá
emitir uma nota oficial.