BRASIL A CASA DA MÂE JOANA - O
ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, emblemática figura da
Operação Lava Jato, vai para a casa. Cota do PMDB e indicação pessoal do
ex-senador Delcídio Amaral no esquema de corrupção na estatal petrolífera,
Cerveró colocou tornozeleira eletrônica nesta quinta-feira (23) na sede da
Justiça Federal, em Curitiba - onde está preso desde 14 de janeiro de 2015.
Condenado
em dois processos penais e alvo de outras frentes do escândalo Petrobras,
Cerveró viaja nesta sexta-feira (24) pela manhã, para o Rio, onde cumprirá
prisão domiciliar.
A
mudança de regime prisional faz parte do acordo de delação premiada fechado em
novembro de 2015, com o Ministério Público Federal. Nele, o ex-diretor citou o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente afastada Dilma Rousseff,
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL) e o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Junto com o filho, gravou o líder do governo no Senado, Delcídio, tentando
comprar seu silêncio - e deu início ao fim do governo Dilma Rousseff.
Amanhã,
ele vai em um voo comercial para o Rio. Um ano e meio atrás, quando chegava de
Londres, Cerveró foi preso pela Polícia Federal, alvo da 8ª fase da Lava Jato.
Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e participação na organização
criminosa que desviou mais de R$ 20 bilhões da Petrobras e patrocinou partidos
e campanhas da base aliada e da oposição, desde 2004, ele chegou a passar as
festas de fim de ano em casa, e voltou para a carceragem da Federal, em
Curitiba.
Condenado
em dois processos julgados pelo juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, em
Curitiba, Cerveró é alvo ainda de outra ação penal e inquéritos. Pelo acordo de
delação premiada, fechado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) - dos
processos envolvendo políticos com foro especial -, suas penas não podem
ultrapassar os 25 anos.
Com
isso, o período de regime fechado ficou estabelecido que seria de 1 ano, 5
meses e 9 dias. O resto será cumprido em casa, no Rio, sua terra natal. Ao ser
ouvido no ano passado, pelo juiz Sérgio Moro, ele brincou "eu não chego a
ser um garoto de Ipanema, mas morei 45 anos em Ipanema."
Delator
das propinas na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um dos
primeiros episódios ruidosos do escândalo Petrobras, e responsável pela prisão
de Delcídio e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ele aceitou devolver
R$ 17 milhões em seu acordo de delação.
Fonte:
Bol