BRASIL - O desembargador Antonio Ivan Athié, do
Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), acolheu pedido de habeas
corpus da defesa do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e
revogou a prisão preventiva dele na tarde desta sexta-feira (1º) e estendeu a
decisão aos outros presos na Operação Saqueador,
deflagrada na quinta-feira (30), entre eles o empresário Adir Assad.
O ex-dono da Delta Fernando Cavendish, que não
chegou a ser preso porque está no exterior,
também foi beneficiado. Todos irão para prisão domiciliar.
Justiça
abre ação contra Cachoeira, Cavendish e Adir
Estadão Conteúdo
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal
do Rio, abriu ação penal nesta sexta-feira (1º) contra os investigados da
Operação Saqueador. O Ministério Público Federal acusa o empresário Fernando
Cavendish, dono da empreiteira Delta Construções S/A, os operadores Carlinhos
Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud de lavagem de R$ 370 milhões entre 2007 a
2012, na Operação Saqueador.
A Procuradoria da República, no Rio, ofereceu
denúncia contra Fernando Cavendish e mais 22 pessoas envolvidas em esquema de
lavagem envolvendo verbas públicas federais. Dentre os denunciados estão
executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de
proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos
Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.
Operação
lista 18 empresas de fachada usadas pela Delta para lavagem de R$ 370 mi
Os investigadores apuraram a atividade da
empreiteira Delta e constataram que, entre os anos de 2007 a 2012, a empresa
teve 96,3% do seu faturamento oriundo de verbas públicas, chegando ao montante
de quase R$ 11 bilhões. Desse total, mais de R$ 370 milhões foram lavados, por
meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados
“operadores” do esquema. Cachoeira, Assad e Abbud eram os responsáveis por
criar as empresas fantasmas que lavavam os recursos públicos, por meio de
contratos fictícios, que eram sacados em espécie, para o pagamento de propina a
agentes públicos, de forma a impedir o rastreamento das verbas.
Essas companhias existentes somente no papel
pertencem aos dois principais grupos de operadores do esquema Delta, segundo o
MPF, o liderado por Assad e o liderado por Cachoeira. No caso do primeiro
grupo, Adir Assad já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e 10 meses
de prisão por utilizar suas empresas de fachada para lavar o dinheiro da
propina no esquema de corrupção na Petrobrás. Para o MPF, ele teria adotado o
mesmo modus operandi, inclusive usando as mesmas empresas fictícias, para lavar
dinheiro da Delta que teria sido direcionado para o bolso de agentes públicos e
até políticos.