BRASIL - A tensão interna
na OAS e na Odebrecht aumenta na proporção em que se aproxima a possibilidade
de acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato, de acordo com a
colunista Monica Bêrgamo. Segundo a publicação, executivos que precisam assumir
práticas irregulares têm mostrado desconforto com a orientação das empresas.
Alguns fazem ameaça de rebelião.
A colunista
detalha que a situação é mais tensa na OAS. Há divergências inclusive sobre o
peso que se dará à participação dos acionistas, da família Mata Pires, nas
irregularidades. Quanto menor ele for, maior a responsabilidade que recairá
sobre os executivos da construtora baiana.
Ainda de
acordo com a publicação, a Odebrecht estaria contornando as divergências com
maior tranquilidade graças a um generoso programa informal de indenizações
milionárias a seus diretores. De acordo com relatos que circulam entre as
empreiteiras, ela e a Andrade Gutierrez têm garantido vários anos de
remuneração aos diretores que, confessando crimes, vão se inviabilizar no mercado
de trabalho.
Os valores variam
de acordo com os anos que cada diretor ainda poderia trabalhar nas empresas. Em
boa parte dos casos eles passariam dos R$ 15 milhões, podendo chegar a números
bem maiores.
Segundo o
jornal, a OAS, que tinha menos de um décimo da receita da Odebrecht, também
tenta resolver a situação financeira dos delatores. Mas não teria a mesma bala
na agulha para assegurar total tranquilidade a eles.
A Andrade
Gutierrez e a Odebrecht não quiseram comentar as informações. A OAS não tem se
manifestado sobre as negociações com a Operação Lava Jato