26 de julho de 2016

Novas possíveis delações da OAS e Odebrecht estão causando mau estar interno e a casa pode cair

BRASIL - A tensão interna na OAS e na Odebrecht aumenta na proporção em que se aproxima a possibilidade de acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato, de acordo com a colunista Monica Bêrgamo. Segundo a publicação, executivos que precisam assumir práticas irregulares têm mostrado desconforto com a orientação das empresas. Alguns fazem ameaça de rebelião.

A colunista detalha que a situação é mais tensa na OAS. Há divergências inclusive sobre o peso que se dará à participação dos acionistas, da família Mata Pires, nas irregularidades. Quanto menor ele for, maior a responsabilidade que recairá sobre os executivos da construtora baiana.
 Ainda de acordo com a publicação, a Odebrecht estaria contornando as divergências com maior tranquilidade graças a um generoso programa informal de indenizações milionárias a seus diretores. De acordo com relatos que circulam entre as empreiteiras, ela e a Andrade Gutierrez têm garantido vários anos de remuneração aos diretores que, confessando crimes, vão se inviabilizar no mercado de trabalho.

Os valores variam de acordo com os anos que cada diretor ainda poderia trabalhar nas empresas. Em boa parte dos casos eles passariam dos R$ 15 milhões, podendo chegar a números bem maiores.
 Segundo o jornal, a OAS, que tinha menos de um décimo da receita da Odebrecht, também tenta resolver a situação financeira dos delatores. Mas não teria a mesma bala na agulha para assegurar total tranquilidade a eles.
 A Andrade Gutierrez e a Odebrecht não quiseram comentar as informações. A OAS não tem se manifestado sobre as negociações com a Operação Lava Jato