10 de outubro de 2016

Para defesa de Lula ele é INOCENTO e vitima de uma espécie de "arma de guerra".

BRASIL - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu o afastamento do juiz federal Sergio Moro e dos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato dos processos que tramitam contra o petista na 13ª Vara Federal de Curitiba "por considerar que eles feriram os princípios da moralidade e impessoalidade para se referir a Lula e familiares".

Para um dos integrantes da defesa do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, Lula está sendo vítima de uma espécie de "arma de guerra", em que é eleito um inimigo e a lei passa a ser usada ou manipulada contra aquele definido como tal.

De acordo com o advogado, a estratégia, batizada internacionalmente como "lawfare", prevê, entre outras práticas, a "manipulação do sistema legal", a "promoção da desilusão popular" e a "acusação das ações dos inimigos como imorais e ilegais"-- técnicas que, segundo Zanin, estariam sendo empregadas contra Lula e a família.

A respeito de Moro, os advogados citaram a participação do magistrado em eventos do grupo Lide, de propriedade do prefeito eleito de São Paulo João Doria (PSDB), que pertence a um grupo político antagonista ao de Lula. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (10), eles informaram que dividiram a defesa em quatro peças, nas quais solicitam a suspeição do juiz, a suspeição dos procuradores e a incompetência da Justiça Federal no Paraná para julgar o caso.

Os defensores se referiram à denúncia do MPF (Ministério Público Federal), que foi aceita no mês passado por Moro, em que o ex-presidente virou réu e responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa pede também que o juiz anule o recebimento dessa denúncia.

Também viraram réus nesse processo a mulher de Lula, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, além do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine, Paulo Roberto Valente Gordilho e Roberto Moreira Ferreira.
"Não cabe ao juiz assumir o papel que é do Ministério Público", disse o advogado. Sobre a denúncia, afirmou que a peça é " lacônica, não descreve corretamente e não individualiza condutas". O julgamento será feito pelo próprio Moro. Caso ele não concorde em se declarar suspeito, o pedido da defesa será analisado pelas instâncias superiores.

Sobre a nova denúncia contra o ex-presidente, protocolada nesta segunda pelo MPF na Justiça Federal de Brasília, os advogados disseram que não tiveram acesso ao teor das acusações. Também são acusados neste caso o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outras nove pessoas. Os envolvidos são acusados dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa.
"Precisamos conhecer a denúncia para identificar quais meios usaremos para impugná-la"", declarou Zanin.

Inquérito oculto

Zanin afirmou que o inquérito ficou oculto até 22 de setembro -- com acesso apenas do MPF, da Polícia Federal e do juiz. A PF apresentou o relatório de indiciamento dois dias após a defesa ter acesso --o que teria, segundo o advogado, dificultado a defesa. "Não foi para investigar fatos, mas para fazer uma imputação e incriminar Lula e dona Marisa".

Fonte: Bol