28 de novembro de 2016

Janaina Paschoal diz que é cedo para apoiar ou rejeitar o afastamento de Temer e Hélio Bicudo diz que Temer "não é de nada".

BRASIL - Para a professora de Direito Janaina Paschoal, coautora do pedido que culminou no impeachment de Dilma Rousseff, Michel Temer "demora muito para tomar decisões indigestas", como afastar ministros envolvidos em denúncias de corrupção, e "precisa aprender com o que aconteceu com a antecessora".


Para a jurista, o presidente "ainda se comporta como um homem de bastidor".

"O destino fez com que ele viesse para o front", afirmou à BBC Brasil. "Quando se está no front, tem que ser firme."

Nesta segunda-feira (28), o jurista Hélio Bicudo, que assina com Paschoal e Miguel Reale Jr. o pedido de impedimento de Dilma afirmou que Temer "não é de nada".

"A democracia já estava ferida com a saída da Dilma. Por que, então, manter o Michel Temer? Todos sabem que ele não é de nada. O Temer trouxe o pessoal do passado para o presente. É um equívoco manter a estabilidade democrática através da burocracia", afirmou, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

A colega, entretanto, diz que é cedo para apoiar ou rejeitar o afastamento de Temer.
"Não me compete fazer a defesa do presidente. Mas este episódio está muito nebuloso", diz, afirmando que não leu o pedido de impeachment do peemedebista protocolado hoje por parlamentares do PSOL.

"Nesse tipo de situação pode haver algum subjetivismo. De repente, foi uma fala do presidente tentando conciliar e o ex-ministro se sentiu pressionado", avalia.
"O fato de o doutor Hélio, que eu respeito e muito, ter se manifestado nesse sentido, não significa que eu deva corroborar. Ele, como todo brasileiro, está apreensivo. Toda hora é uma denúncia, é uma situação. É muito deprimente."

A jurista completa: "Se vierem à tona elementos a demonstrar que houve crimes de responsabilidade, aí muda (minha opinião)."