6 de dezembro de 2016

Oposição diverge sobre saída de Réunan e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) queria o cumprimento da Lei

BRASIL - Os senadores de oposição ao governo divergem em relação à decisão da Mesa do Senado de não aceitar o afastamento imediato do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), como determina a liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o líder do PT do Senado, Humberto Costa (PE), é importante que seja concedido um prazo regimental para defesa de Renan, enquanto se aguarda pela decisão do Plenário do STF.


– Já que a decisão do Supremo vai ser tomada amanhã [quarta-feira], eu acho que é uma medida de precaução bastante positiva – disse.

O senador ressaltou que a pauta de votações do Senado, especialmente da PEC 55/2016 que trata do teto dos gastos, não será discutida antes de uma definição acerca da situação de Renan.

– [A pauta não será discutida] Enquanto não houver uma solução definitiva sobre quem é o presidente. Se o presidente for o Renan, nós vamos insistir que não se vote.  Se não for Renan, nós vamos discutir nossa posição – afirmou.

A decisão da Mesa de manter Renan na Presidência foi assinada pelos senadores:
Presidente do Senado, Renan Calheiros
1º vice-presidente, Jorge Viana (PT-AC)
2º vice-presidente, Romero Jucá (PMDB-RR)
1º secretário Vicentinho Alves (PR-TO)
2º secretário, Zezé Perrella (PTB-MG)
3º secretário, Gladson Cameli (PP-AC)
1º suplente, Sérgio Petecão (PSD-AC)
2º suplente, João Alberto Souza (PMDB-MA)


Já para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) a decisão do Supremo deve ser respeitada e só depois Renan Calheiros poderia recorrer. Segundo ele, a posse de Jorge Viana deveria ter sido automática e a posição da Mesa do Senado apenas “cria uma confusão maior”.

– Quem é o presidente do Senado agora? O senador Jorge Viana ou senador Renan Calheiros? Para mim é o senador Jorge Viana. Acho que a decisão da Mesa aumenta o impasse político, a indefinição – avaliou.

Lindbergh ainda destacou que não haveria mais prazo hábil para a votação da PEC 55/2016 na próxima semana, pois as sessões deliberativas estão suspensas à espera da decisão do Plenário do Supremo.

– Nós vamos defender isso até o final. Nós temos argumentado com muita gente que essa crise é uma crise violentíssima; uma crise econômica, política e institucional. Começamos a ter uma crise social e nós vamos bater nessa tecla que a PEC 55 não vai ser votada na próxima semana – concluiu.