BRASIL - Quase todos os corpos dos 26 presos encontrados assassinados dentro do presídio de Alcaçuz,
durante rebelião neste sábado (14), foram decapitados; com exceção de dois
carbonizados.
"Pela perícia, todos foram decapitados. Um corpo carbonizado não
foi possível identificar ainda. Todos ainda tinham marcas de objetos
perfuro-cortantes; nenhum aparente com marca de tiro", disse Marcos
Brandão, coordenador do Instituto Técnico-Científico de Perícia.
"O cenário foi de barbárie. Tivemos uma rebelião de 14 horas,
eram corpos decapitados, muita destruição", completou o secretário de
Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino da Silva Ferreira.
Alguns cadáveres foram encontrados dentro de uma fossa em frente ao
Pavilhão 4 de Alcaçuz, onde a maioria dos apenados foi morta. Nele, cerca de
200 homens circulavam soltos, pois as celas estão destruídas desde março de
2015.
Corpos são escavados da areia do presídio de Alcaçuz
Segundo o Itep, devido ao estado dos corpos, serão necessários 30 dias
para fazer a identificação precisa dos corpos.
"Contratamos uma carreta para acondicionar os corpos a -10ºC e
garantir a conservação. Foi montada uma estrutura com tendas, assistentes
sociais e psicólogos para receber os familiares, que vão ajudar a identificar
as vítimas", disse Brandão.
Neste domingo, quatro delegados e 15 agentes participaram da perícia.
Todos os corpos já foram recolhidos. Um inquérito foi instaurado e vai ser
comandado por uma força-tarefa de delegados para saber os autores dos crimes.