BRASIL
- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em
entrevista à rádio O Povo, do Ceará, que está “ansioso” para ficar frente
a frente com Sergio Moro, no dia 3 de maio, quando irá, pela primeira
vez, ser ouvido pessoalmente pelo juiz responsável pela Operação Lava Jato.
“Estou
ansioso para ir lá [Curitiba] no dia 3 de maio porque é a primeira oportunidade
que eu terei de responder às perguntas que me forem feitas”, afirmou o petista.
A única vez que Lula prestou depoimento a Moro foi em novembro do ano passado,
quando falou, por videoconferência, na condição de testemunha do ex-deputado
federalEduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na
entrevista, Lula voltou a reafirmar inocência nos casos em que é investigado –
ele é réu em três processos da Lava Jato – e disse que espera que a
força-tarefa da operação apresente provas das acusações que tem feito a ele.
“Quebraram meu sigilo bancário, meu sigilo telefônico, da conversa da minha
mulher [a ex-primeira-dama Marisa
Letícia, morta em fevereiro] com meus filhos, minha com a Dilma.
Eu, sinceramente, não sei qual é o limite dele [Moro] para invadir a minha
vida”, disse.
Ele,
no entanto, fez um elogio ao juiz. “Moro cumpre um papel importante na história
do país. A única coisa que eu condeno nisso tudo é utilizar a imprensa para
condenar previamente sem apresentar provas. Primeiro, você condena pela
imprensa. Quando o cidadão não tem mais coragem de levantar a cabeça e sair de
casa, aí você julga e condena e fica por isso mesmo”, disse.
Processos
O depoimento do dia 3 de maio será no processo em que Lula é acusado de ter se beneficiado de dinheiro de propina da Petrobras, repassado pela empreiteira OAS, por meio de um apartamento triplex no Guarujá (SP).
Em
outro processo da Lava Jato, ele é acusado de se beneficiar de dinheiro ilícito
da Odebrecht, por meio da compra de um terreno para abrigar a
sede do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao que o petista
reside em São Bernardo do Campo. Por fim, na mesma operação, o
ex-presidente é réu sob a acusação de tentar obstruir a Justiça ao tentar calar
o delator Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.
Fora
da Lava Jato, o petista é réu em outros dois processo: um, da Operação
Zelotes, envolvendo irregularidades na compra de 36 caças suecos do modelo
Gripen pelo governo brasileiro e a prorrogação de incentivos fiscais destinados
a montadoras de veículos; e outro, da Operação Janus, por tráfico de
influência junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para
ajudar a Odebrecht a obter empréstimos junto ao banco estatal.
O
petista rejeita todas as acusações
Fonte:
MSN