BRASIL - O
advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
reveja sua decisão de enviar ao juiz federal Sérgio Moro seis pedidos de
investigação sobre o petista apresentados pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Esses
pedidos foram embasados no conteúdo das delações de 78 executivos e
ex-executivos da Odebrecht. Moro é o relator dos processos da Operação Lava
Jato na primeira instância.
A defesa de
Lula quer que os pedidos de investigação sejam remetidos à Justiça Federal de
Brasília ou para São Paulo sob a alegação de que esses casos não estão
diretamente relacionados ao esquema de corrupção instalado na Petrobrás.
Entre eles
estão as supostas tratativas pela Odebrecht com Lula e o então ministro Jaques
Wagner para permitir que o Poder Executivo firmasse, sem a anuência do
Ministério Público, acordo de leniência com as pessoas jurídicas que estivessem
envolvidas em irregularidades.
Outros casos
dizem respeito ao pagamento de propina referente a “créditos” controlados pelos
ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e ao suposto apoio da Odebrecht a
Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente.
“Como não há
prova de pagamentos de vantagens indevidas para obtenção de contratos no âmbito
da Petrobrás, não há indício que possa influir decisivamente na apuração de
crimes supostamente praticados na narra relação entre o Agravante e o Grupo
Odebrecht, e vice-versa, a justificar a reunião de processos por conexão
probatória ou instrumental”, diz o advogado do ex-presidente.