BRASIL - Comando de
Operações Especiais (COE) da Polícia Militar está na Favela do Vidigal, no
Leblon, Zona Sul do Rio, desde a madrugada deste domingo (23), quando um
policial foi baleado durante confronto na comunidade. A vítima foi o sargento
Hudson Silva Araújo, de 46 anos.
A ação, que conta com homens
do Batalhão de Operaçãoes Especiais (Bope) e Batalhão de Ações com Cães (BAC),
pretende encontrar envolvidos no ataque que resultou na morte de Hudson.
De acordo com o Setor de
Inteligência da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal, três
suspeitos já forarm identificados, conforme informou o comandante da unidade.
Além da mobilização da PM, a
Divisão de Homicídios da Polícia Civil também investiga o caso. O número de
militares direcionados para a operação não é divulgado pela PM por uma questão
estratégica.
O sargendo Hudson Silva de
Araújo patrulhava uma das principais vias da comunidade quando foi baleado na
troca de tiros. O PM chegou a ser socorrido por outros policiais para o
Hospital Miguel Couto, que também fica no Leblon, foi operado às pressas, mas
morreu na mesa de cirurgia.
A Coordenação de Polícia
Pacificadora comunicou que Hudson era supervisor de equipes na UPP Vidigal e
completaria 15 anos na corporação em setembro deste ano. O PM era casado e
deixa duas filhas. Por enquanto, o corpo do policial continua no Miguel Couto
e, mais tarde, ainda nesta manhã, será encaminhado ao Instituto Médico Legal.
Protesto pede fim de mortes
Enquanto homens da PM
começavam a ocupar o Vidigal, parentes de policiais organizaram protestos, em
todo o Brasil, em defesa da vida dos agentes. No Rio, a concentração dos
familiares teve início no Posto 5 da Praia de Copacabana. Os organizadores da
passeata não divulgaram estimativa de público.
Por volta das 10h, os
manifestantes estenderam faixas e pretendiam fazer uma caminhada. Simbolizando
os 91 PMs mortos este ano no estado, os familiares também levaram à
manifestação 91 cruzes.
Rogéria Quaresma é mulher de
um policial militar e disse que fica desesperada toda vez que seu marido sai de
casa para trabalhar. Ela faz parte do grupo "Somos Todos Sangue
Azul", que é composto por familiares de PMs e apoiava o ato deste domingo.
"Eu me sinto
desesperada porque eu sei que meu marido pode ser o próximo. Eu não aceito ser
a próxima viúva, não aceito isso para a minha família, não aceito isso para
mim", disse.
"A gente está querendo
que o governo olhe pelos nossos policiais, que de uma resposta a essa situação,
a gente não pode mais aceitar isso. Não pode morrer e ficar por isso mesmo.
Todo dia é uma família destruída, família sofrendo. São filhos sem pai, mãe sem
seus filhos. Essa situação a gente não pode aceitar", acrescentou.