28 de novembro de 2017

A Empresa Gamecorp de Lulinha que recebeu R$ 82 milhões da Oi, que pertence a Andrade Gutierrez pode ser delatada a qualquer momento e Lula (O Molusco Pai) chora nas redes socias.

São Paulo - Sem Gamecorp, Lulinha e teles, não tem acordo, foi esse o recado, dito sem rodeios, que negociadores da Andrade Gutierrez receberam de procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba neste mês.

O grupo Andrade Gutierrez é um dos controladores da Oi, operadora de telefonia que investiu R$ 82 milhões na Gamecorp, empresa que tem entre os seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do ex-presidente Lula.

O que os investigadores querem saber é o motivo de a Oi ter colocado R$ 82 milhões na Gamecorp, depois rebatizada de PlayTV, numa época em que a operadora acumulava prejuízo atrás de prejuízo e a empresa de Lulinha não dava retorno. A Oi está em recuperação judicial desde junho do ano passado, com dívidas de R$ 63,9 bilhões.

A Andrade Gutierrez foi uma das primeiras empresas a fechar acordos de delação e de leniência com procuradores da Lava Jato, em 2015, após aceitar pagar multa de R$ 1 bilhão.
Investigações de procuradores e da Polícia Federal descobriram depois que a empresa omitira uma série de crimes em seu acordo. Entre eles, estavam o suposto pagamento de suborno ao senador Aécio Neves (PSDB), por conta da obra da Cidade Administrativa quando ele era governador de Minas, e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – o que ambos negam.

A delação de executivos da Odebrecht também apontou lacunas no acordo da Andrade Gutierrez. Sérgio Andrade, que preside o conselho do grupo e não participou do primeiro acordo sob alegação de que estava fora da administração desde 2007, foi citado como negociador de acertos em obras do setor elétrico e suposto pagador de propina a Aécio, o que o senador refuta.

São essas suspeitas que a empresa sanaria na complementação do acordo fechado em 2005, chamado pelos procuradores de “recall”. A principal dúvida é se Sergio Andrade acertou pagamentos à Gamecorp para facilitar o acesso à cúpula do PT e a Lula. A suspeita é que a Andrade Gutierrez teria feito isso justamente por causa de sua ligação histórica com Aécio Neves e com sua família, pelo fato de ser a principal empreiteira de Minas, onde foi fundada em 1947.

O substituto de Sergio Andrade na presidência do grupo, Otávio Azevedo, que foi preso e participou do acordo de delação de 2015, contou que o investimento feito na Gamecorp seguiu critérios de mercado, e não políticos. A Telemar, antigo nome da Oi, investiu R$ 5,2 milhões na Gamecorp em 2005, um ano após a empresa ter sido criada com um capital de R$ 10.

Posteriormente foram feitos pagamentos à Gamecorp por outras empresas ligadas à Oi, como a Oi Móvel e a Telemar Internet. A Gamecorp é responsável por um canal de TV que era inicialmente sobre videogame e depois passou a tratar de cultura pop, o PlayTV.

‘Só aceita delação com mentiras’
Nota publicada no domingo (26) nas redes sociais do ex-presidente Lula afirmou que a Lava Jato só aceita delação premiada de empresas se houver mentiras contra ele ou sua família. De acordo com o comunicado, a Lava Jato faz pressão para que os réus e os investigados na operação confirmem narrativas acusatórias formuladas por seus membros contra Lula e seus familiares.

Segundo a nota, situações idênticas envolvendo o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-ministro petista Antonio Palocci foram levadas à Procuradoria Geral da República (PGR) pela defesa de Lula com pedidos de apuração, mas que foram arquivados sem nenhuma investigação do Ministério Público. Segundo a defesa de Lula, o fato já foi exaustivamente investigado, sem terem sido encontradas provas de qualquer ilegalidade na relação entre as empresas Telemar (OI) e Gamecorp.

“Abrir e reabrir investigações sem qualquer materialidade, suportada por depoimentos forçados de delatores, configura claro abuso de autoridade, além de evidenciar o mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins políticos (lawfare)”, diz a nota. A defesa de Lula afirma que “suas prerrogativas profissionais foram permanentemente desrespeitadas ao longo dos processos, especialmente pelo Juízo da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba", Sérgio Moro”, informou o advogado e criminalista Cristiano Zanin Martins. 

Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, afirma também ter “firme expectativa de que a condenação (de nove anos e seis meses de prisão imposta ao presidente) será revertida”.

 Fonte: otempo.