10 de junho de 2018

“Sempre fui contra a bilhetagem nas mãos de empresários”, disse o presidente Wilker Barreto, que também criticou duramente o lider do sindicato Givancir Oliveira, sobre a Greve que parou Manaus

MANAUS - O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Wilker Barreto (PHS) assegurou, na manhã da terça-feira (5), da Tribuna, que o Poder Legislativo Municipal vai cobrar providências duras contra o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus, a quem responsabilizou pelos sete dias de greve, e cobrar os empresários.


“A cidade voltou à normalidade, mas não pensem que da minha parte, e acredito que da parte da maioria de vocês, vai ficar por isso mesmo. Vivemos num país democrático, ordenado por leis. Não se pode brincar com Manaus, quando a sua lei, o seu direito é usurpado da forma como foi ontem”, afirmou.

Para Barreto, todos estão sujeitos à lei. “Não podemos abrir precedente, que se pode fazer a baderna, que se pode implantar o caos e Manaus acorda como se nada tivesse acontecido. Acredite, Manaus não vai esquecer. Sou defensor do estado de greve e nesses meus dez anos, e concluo quatro como presidente, não há relatos de movimentos que venham a esta Câmara e não tenham sido atendidos”, acrescentou.

O presidente explicou, ainda, o porquê de ter se recusado em receber os trabalhadores rodoviários.

“Da forma como agiram desrespeitando a sociedade, não merecem o respeito desta Casa. Se eles tivessem dentro do ordenamento jurídico cumprido o que diz a Lei de Estado de Greve, a Câmara tinha o papel de mediar. Quiseram ontem, depois que nós cobramos a presença do sindicato. Eu nunca recebi pedido para mediar, acuar e pautar a CMM. Quem pauta a CMM é o cidadão de bem. Por isso que a Casa se posicionou de forma firme e temos que tomar medidas concretas”, disse.
Ao fazer uma analogia ao resultado do movimento, Wilker criticou o presidente da entidade, Givancir Oliveira. “Percebe-se claramente ou então precisa realmente pedir para deixar a presidência do sindicato, porque nunca vi na história você recusar a maior proposta e fechar na menor. Só para reavivar a memória, a Prefeitura ofereceu 6,5% e se fechou ontem em 5,5%. Então minha sugestão é que toda a diretoria volte para o Mobral, porque a matemática é simples, mais e menos. O que não pode é acontecer o que aconteceu ontem”, garantiu.
O presidente da Casa classificou a greve como um movimento político. “Quiseram colocar a população contra a Prefeitura, mas passaram da dose. Uma cidade não fica sitiada. Vou pedir, como cidadão, medidas duras para que episódios como esses não aconteçam. Um sindicato que não respeita uma situação de greve tem que ir às barras da Justiça”, destacou.
Barreto garantiu, ainda, que vai convidar todo o staff técnico da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) para vir à Casa Legislativa debater a planilha do transporte coletivo. “Sempre fui contra a bilhetagem nas mãos de empresários”, disse o presidente, ao destacar a posição do Gabinete de Crise da Prefeitura, que, junto ao prefeito, decidiu tirar a bilhetagem das mãos dos empresários. “Temos que aprender com o que aconteceu ontem e estar vacinados para que Manaus não seja destaque em nível nacional de forma negativa como ocorreu ontem”, afirmou.

Para Wilker Barreto, a Casa não precisa de CPI para realizar seu trabalho. “Quero que indaguem à Mesa qual foi o pedido diretamente no que diz respeito às comissões e frentes parlamentares que a Mesa não deu total apoio. Se CPI for só o caminho dessa Casa, que acabe com a figura do requerimento, da indicação e da moção. Tudo agora se transforme em CPI, aí sim vamos dar uma resposta clara à cidade de Manaus, que Manaus, que a CMM só joga para a plateia”, finalizou o presidente.