Chumbo Grosso Manaus, faz uma homenagem a um Irmão de fé
que faz um grande trabalho em defesa das Religiões Afros Brasileiras e o Grande
Candomblé.
“Alberto
Jorge COORDENADOR GERAL DA CARMA”
Psicólogo, Doutor pela UC-Espanha, Presidente da AAPsi (Associação
Amazonense de Psicologia), Babalorixá de Culto Afro,
Ex-Assessor especial da Secretaria de Estadual de Cultura para
Assuntos da Negritude.
“O povo de terreiro é protegido por lei, a 6.040, que reconhece os povos
tradicionais do Brasil. Isso garante a mesma proteção dada aos indígenas.
A sociedade, ao que parece, desconhece isso.
Racismo e intolerância religiosa estão dentro
dos crimes de grande p otencial ofensivo que só o juiz pode
estabelecer fiança, dentro do Novo Código de Processo Penal. Não estão se
situando no que estão mexendo, nós somos povo tradicional. Os terreiros são
considerados marcos históricos. Mas por intolerância, batem no pai-de-santo, o
chamam de viado e não acontece nada, só para se ter uma ideia do reducionismo
com a coisa é tratada”.
Sociedade
parece aceitar crimes
Psicóloga
Iolete da Silva, doutora em Desenvolvimento Humano, diz que impunidade é
ancorada em aceitação social da situação.
O
requinte de crueldade a que são submetidas às vitimas no caso dos assassinatos
dos pais-de-santo, poderiam levar à polícia a diversos indícios da autoria dos
crimes. Mas também são um indicativo de que quem os comete tem a certeza da impunidade.
Na opinião da psicóloga Iolete Ribeiro da Silva, doutora em Desenvolvimento
Humano e membro do Conselho Regional de Psicologia, essa impunidade está
ancorada numa aceitação social deste tipo de situação.
“A
intolerância tem se manifestado muito ultimamente contra quem luta pelas
questões da minoria e isso está relacionado a uma dificuldade não só do âmbito
pessoal de um indivíduo mas a grupos sociais bem estruturados numa tentativa de
impor valores e crenças”, opinou Iolete. Segundo ela, nunca se pode pensar
nesses eventos como isolados. “A sociedade está criando espaços para essa
insatisfação e esses grupos vão se sentindo mais fortes”, lembrou.
Segundo
ela, a impunidade está muito ligada à aceitação social desse tipo de
comportamento intolerante. “Por isso que nosso sistema de justiça acaba não
dando andamento correto, como prevê a lei, para esses casos. Em todos os
assassinatos, as vítimas foram atacadas nos próprios terreiros.
A
intolerância à presença desses espaços ocorre em todo Brasil. No interior do
Paraná, em junho um terreiro foi invadido por um homem armado com um revólver.
Ele entrou apontando a arma para todos os presentes, inclusive crianças.
CRONOLOGIA
Março/2011 – Durante o Carnaval, o pai-de-santo Alberto Cecigenan, 83, foi
assassiando, segundo a polícia por estrangulamento. Por ter idade avançada, a
vítima tinha dificuldade de locomoção. Mesmo assim, continuava fazendo so
trabalhos em sua residência no Conjunto Cidadão 12 na Zona Norte.
Maio/2011 – O pai-de-santo Marcelo Santos
aguiar, 44, foi executado com golpes de terçado na madrugada do domingo (1°) e,
depois, enterrado no buraco da fossa da privada que existe nos fundas da casa
onde morava, com cerca de um metro de profundidade. O crime ocorreu na rua 1°
de Maio, bairro do Nova Vitória, Zona Leste de Manaus, local onde também
funcionava o terreiro de Umbanda do babalorixá.
Junho/2011 – O babalorixá João Gomes da Silva Neto, 48, foi encontrado
morto com sinais de espancamento, dentro da casa, na rua Moisés,
comunidade Alfredo Nascimento, Zona Norte. Conforme a polícia o corpo da vítima
foi estava em estado avançado de decomposição. Ele pode ter sido morto no
domingo. O corpo de João estava despido e com a cabeça esmagada, provavelmente,
por uma pedra, além de várias perfurações no tórax e abdômem. Segundo a
polícia, na casa da vítima havia sinais de ele travou luta corporal com o
assassino.
Junho/2011 – O terreiro Eira de Mina Nagô de Mãe Nonata Corrêa, na rua 4,
casa 16, Jardim Primavera, Zona Norte de Manaus, foi assaltado por dois homens
armados com revolveres, no dia de Corpus Christi, as 13 horas, deixando ferido
por coronhadas Francisco Vasconcelos Filho. O detalhe mais intrigante é que os
assaltantes não levaram nada de valor, mesmo tendo a vista celulares e dinheiro.
Julho/2011 – Um industriário, embriagado, entra no terreiro do pai-de-santo
Marcelo dos Reis, armado com terçado e foice, na comunidade do Vale do Sinai,
Zona Norte, tendo sido preso em flagrante.
Repercussão
na internet http://acritica.uol.com.br/manaus/Pais-de-santo-mira-serie-homicidios_0_511748929.html
Obs:
materia do Jornal do Axé.