30 de agosto de 2012

"Alberto Jorge Silva Bonates" Um Guerreiro do Axé


Chumbo Grosso Manaus, faz uma homenagem a um Irmão de fé que faz um grande trabalho em defesa das Religiões Afros Brasileiras e o Grande Candomblé.


“Alberto Jorge COORDENADOR GERAL DA CARMA”
Psicólogo, Doutor pela UC-Espanha,  Presidente da AAPsi (Associação  Amazonense de   Psicologia), Babalorixá de  Culto Afro, Ex-Assessor especial da Secretaria  de Estadual de Cultura para  Assuntos da Negritude.

“O povo de terreiro é protegido por lei, a 6.040, que reconhece os povos tradicionais do Brasil. Isso garante a mesma proteção  dada aos indígenas. A sociedade, ao que parece, desconhece isso. 

Racismo e intolerância religiosa estão dentro dos crimes de grande p otencial ofensivo que só o juiz pode estabelecer fiança, dentro do Novo Código de Processo Penal. Não estão se situando no que estão mexendo, nós somos povo tradicional. Os terreiros são considerados marcos históricos. Mas por intolerância, batem no pai-de-santo, o chamam de viado e não acontece nada, só para se ter uma ideia do reducionismo com a coisa é tratada”.

Sociedade parece aceitar crimes

Psicóloga Iolete da Silva, doutora em Desenvolvimento Humano, diz que impunidade é ancorada em aceitação social da situação.

O requinte de crueldade a que são submetidas às vitimas no caso dos assassinatos dos pais-de-santo, poderiam levar à polícia a diversos indícios da autoria dos crimes. Mas também são um indicativo de que quem os comete tem a certeza da impunidade. Na opinião da psicóloga Iolete Ribeiro da Silva, doutora em Desenvolvimento Humano e membro do Conselho Regional de Psicologia, essa impunidade está ancorada numa aceitação social deste tipo de situação.

“A intolerância tem se manifestado muito ultimamente contra quem luta pelas questões da minoria e isso está relacionado a uma dificuldade não só do âmbito pessoal de um indivíduo mas a grupos sociais bem estruturados numa tentativa de impor valores e crenças”, opinou Iolete. Segundo ela, nunca se pode pensar nesses eventos como isolados. “A sociedade está criando espaços para essa insatisfação e esses grupos vão se sentindo mais fortes”, lembrou.

Segundo ela, a impunidade está muito ligada à aceitação social desse tipo de comportamento intolerante. “Por isso que nosso sistema de justiça acaba não dando andamento correto, como prevê a lei, para esses casos. Em todos os assassinatos, as vítimas foram atacadas nos próprios terreiros.
A intolerância à presença desses espaços ocorre em todo Brasil. No interior do Paraná, em junho um terreiro foi invadido por um homem armado com um revólver. Ele entrou apontando a arma para todos os presentes, inclusive crianças.

CRONOLOGIA

Março/2011 – Durante o Carnaval, o pai-de-santo Alberto Cecigenan, 83, foi assassiando, segundo a polícia por estrangulamento. Por ter idade avançada, a vítima tinha dificuldade de locomoção. Mesmo assim, continuava fazendo so trabalhos em sua residência no Conjunto Cidadão 12 na Zona Norte.
Maio/2011 – O pai-de-santo Marcelo Santos aguiar, 44, foi executado com golpes de terçado na madrugada do domingo (1°) e, depois, enterrado no buraco da fossa da privada que existe nos fundas da casa onde morava, com cerca de um metro de profundidade. O crime ocorreu na rua 1° de Maio, bairro do Nova Vitória, Zona Leste de Manaus, local onde também funcionava o terreiro de Umbanda do babalorixá.

Junho/2011 – O babalorixá João Gomes da Silva Neto, 48, foi encontrado morto  com sinais de espancamento, dentro da casa, na rua Moisés, comunidade Alfredo Nascimento, Zona Norte. Conforme a polícia o corpo da vítima foi estava em estado avançado de decomposição. Ele pode ter sido morto no domingo. O corpo de João estava despido e com a cabeça esmagada, provavelmente, por uma pedra, além de várias perfurações no tórax e abdômem. Segundo a polícia, na casa da vítima havia sinais de ele travou luta corporal com o assassino.

Junho/2011 – O terreiro Eira de Mina Nagô de Mãe Nonata Corrêa, na rua 4, casa 16, Jardim Primavera, Zona Norte de Manaus, foi assaltado por dois homens armados com revolveres, no dia de Corpus Christi, as 13 horas, deixando ferido por coronhadas Francisco Vasconcelos Filho. O detalhe mais intrigante é que os assaltantes não levaram nada de valor, mesmo tendo a vista celulares e dinheiro.

Julho/2011 – Um industriário, embriagado, entra no terreiro do pai-de-santo Marcelo dos Reis, armado com terçado e foice, na comunidade do Vale do Sinai, Zona Norte, tendo sido preso em flagrante.


Obs: materia do Jornal do Axé.