Artigo
Semanal
A Política
A política anda por caminhos tortuosos. Políticos tratam a política como se fosse um fim em si mesmo, quando ela só tem sentido se for um instrumento para servir e garantir vida digna ao povo. Nesse ambiente de desvirtuamento dos princípios que devem orientar a vida pública, é a política que serve aos interesses dos políticos, quando deveria ser o inverso.
Na promiscuidade da “velha política” vale trocar de partido como se troca de roupa, vale coligar partidos sem nenhuma afinidade ideológica - as vezes, até absolutamente antagônicos - vale abraçar e fazer juras de amor a quem antes chamava de ladrão e corrupto.
Enfim, vale perder a vergonha na cara.
Vale tudo. Só não vale perder eleição. Só não vale ficar sem mandato para satisfazer suas vaidades e seus interesses financeiros.
Por outro lado, eleitores abrem mão das suas convicções em troca de favores ou pelo simples desejo de votar em quem julgam tem mais chance de ganhar. Votam pensando no que podem receber e não no que julgam ser melhor para o coletivo.
Há gente que plenamente consciente do desvio de conduta, da preguiça ou da omissão do político segue votando nele para manter um emprego ou receber um favor. São como bêbados que, cientes de que ao beber e dirigir podem ocasionar um acidente, insistem no risco.
Hoje há um descompasso entre a política e a voz que vem das ruas. Enquanto esta clama por transparência, eficiência e participação, aquela insiste em manter a estrutura corrompida, envelhecida e opaca que beneficia os detentores do Poder.
Mas são esses momentos de crise que despertam as forças vivas da sociedade, que colocam em movimento a ação consciente e transformadora de homens e mulheres que não se permitem entregar a essa jogatina da “velha política”.
As bandeiras que pararam o Brasil em junho de 2013 ressurgirão nas urnas em outubro de 2014 e mais uma vez os velhos caciques ver-se-ão atordoados pelo ímpeto transformador que move o povo brasileiro e amazonense.
Aqueles que hoje parecem superpoderosos receberão a lição que merecem e serão mandados para o ostracismo.
