8 de julho de 2015

Prefeito Arthur Neto e seu secretário são cobrados por promessa mentirosa no Viver Melhor – Prefeitura anunciou a construção de seis unidades escolares

Aonde está o dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento em Educação (FNDE)?
MANAUS - Moradores do conjunto residencial Viver Melhor, na Zona Norte, solicitam à Prefeitura de Manaus mais escolas na região para dar conta da demanda de estudantes.  Segundo eles, o município chegou a prometer, em 2014, a construção de seis unidades entre creches, Centro Municipais de Educação (Cmeis) e Escolas Municipais (Emef) até o primeiro semestre deste ano, mas nenhuma saiu do papel até hoje.
O líder comunitário Renato Castro, 38, afirma que mais de três mil crianças, entre quatro e 10 anos, estão sofrendo pela falta de unidades escolares próximas e são obrigadas a estudar em bairros distantes. “Muitos desses alunos estão estudando na BR-174, próximo aos presídios, porque aqui no bairro não tem vagas suficientes.  Elas são obrigadas a acordar muito cedo e pegar a rota escolar para chegar nas unidades.  Mas tudo o que a gente queria era que eles estudassem perto de casa”, explicou ele. A comunidade reuniu mais 550 assinaturas de mães pedindo mais unidades e as entregaram à Secretaria Municipal de Educação (Semed).
A pequena Eloíza Batista Queiroz, 10, precisa acordar todos os dias às 5h para não perder a aula. “"Eu estudo na estrada e todos os dias o ônibus vai muito lotado porque são muitos alunos indo para lá. Às vezes fico com medo porque os ônibus estão velhos”, relata a menina que cursa a 5ª série.
A mãe dela, Ione Batista Sobral, 47, lamenta o sacrifício e se diz decepcionada por não ter conseguido uma vaga para filha perto de casa. “É o segundo ano que ela vai para a estrada porque aqui não tem vaga.  É muito sacrifício para conseguirmos.  Fico decepcionada porque a gente paga impostos e tudo o que eu queria era que ela estudasse perto de casa, para eu ficar mais tranquila.  Faltam muitas coisas aqui no residencial”, ressaltou a dona de casa.
Para Marlúcia dos Santos Monteiro, 39, falta interesse do poder público em resolver o déficit de escolas.  Apesar do problema, ela destacou que tanto o Estado quanto o município fornecem condução para os alunos que precisam sair do bairro, mas alega que só o transporte não é suficiente. “"Uma das minhas filhas estuda no Santa Etelvina e é muito longe daqui. Eu também queria que ela estudasse perto de casa porque assim o transporte também seria mais simples”, comentou.

Promessa
O ex-secretário Municipal de Educação, Humberto Michilles, chegou a anunciar a construção de seis unidades escolares no residencial Viver Melhor, sendo três creches, dois Cmeis e uma Emef, que beneficiariam cerca de 8 mil famílias que moram no conjunto. Na época, a previsão de entrega era para o primeiro semestre de 2015, no entanto, de acordo com os moradores, os espaços continuam abandonados.

Uma das unidades seria construída na estrada de acesso ao conjunto, mas apenas a placa indicando a construção de um Cmei, uma escola municipal e uma quadra poliesportiva, está sinalizando a área tomada pelo mato.
De acordo com a Semed, os processos para a construção das unidades, que contam com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento em Educação (FNDE), estão sendo acompanhados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), que por sua vez informou que os projetos foram concluídos, mas só vão entrar no orçamento de 2016.
Além das escolas municipais, atualmente o residencial conta com a construção de uma escola-padrão, modelo Centro de Educação de Tempo Integral. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a previsão de entrega do prédio é para o segundo semestre de ano, mas a data específica não foi definida.

Além dessa unidade, a Escola Estadual Eliana Socorro Pacheco Braga, que atende o conjunto, está sendo ampliada com a construção de seis novas salas de aula e uma quadra poliesportiva. A obra está orçada em R$ 2,8 milhões e deve ser concluída até o fim do ano.

Fonte: Acritica