10 de agosto de 2015

A sustentação de Dilma Rousseff na Presidência dependerá do dia 16/08/15 – Vem pra Rua Brasil se apertar eles P.......

“CAMINHO LEGAL DA CASSAÇÃO - Depois de o presidente da Câmara aceitar uma denúncia contra a presidente, uma comissão especial dá um parecer por sua procedência, que precisa do voto de 342 dos 513 deputados para iniciar um processo. O julgamento, então, cabe ao Senado. Quando ele começa, a presidente é afastada por 180 dias e o vice assume − se o prazo extrapolar, a chefe do Executivo volta às funções. A decisão final é do plenário do Senado, onde são necessários 54 dos 81 votos para a cassação”.

A sustentação de Dilma Rousseff na Presidência da República parece cada vez mais frágil, e a sensação é de que ela só não foi afastada do cargo porque seus muitos opositores são incapazes de formular uma solução para a crise política. “As manifestações podem consolidar a sensação de que ela (Dilma) deve sair, mas não está claro para a elite o que fazer”, observa o cientista político Luiz Domingos Costa, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Emerson Cervi, cientista político e também professor da UFPR, concorda com Costa em relação às dificuldades da oposição a Dilma para apresentar um caminho alternativo à manutenção da presidente no cargo. “A oposição não sabe o que fazer. Na semana passada, estavam se unindo em torno do Michel Temer e do PMDB. Depois, o PSDB defendeu a realização de novas eleições para que o Temer não assuma a Presidência. Só que fazer novas eleições incluiria o Lula na disputa, e já tem gente no PSDB achando que isso pode ser desastroso”, analisa.
Para Luiz Domingos Costa, os reflexos das manifestações do dia 16 de agosto dependerão do número de manifestantes, mas principalmente do que for definido pelas elites partidárias. “O PSDB entendeu tardiamente que o impeachment, se ocorrer, será um empecilho para que eles assumam posição de destaque. O PMDB estará na frente e já governando. Novas eleições dariam um verniz de respaldo popular ao afastamento de Dilma.
“Mas o impeachment não está plenamente colocado, depende do que acontecer em agosto, mês do cachorro louco”, afirma.
Manifestações de rua são legítimas e importantes para o aperfeiçoamento da democracia, mas são menos eficientes que a política institucional para fazer mudanças reais, alerta Eduardo Soncini de Miranda, mestrando em Ciência Política na UFPR. “As instituições estão aí justamente para evitar o cenário de briga de rua. O resultado eleitoral é sempre muito importante de ser lembrado. São as instituições que detêm o poder. Apenas manifestações não desafiam o poder eleito legitimamente. É preciso ação política institucional”, diz.