10 de agosto de 2015

Dilma Rousseff paga jantar a custa do povo para tentar convencer seus aliados contra pautas-bombas

Na tentativa de barrar o avanço de “pautas-bomba” no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se na noite de hoje (segunda-feira ) senadores de partidos da base aliada para um jantar as custas do povo no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Cerca de 40 parlamentares, além de ministros do governo, foram convidados.
Os convidados começaram a chegar ao local por volta de 18h40. O encontro foi dividido em duas partes: a primeira, marcada para as 19h, é uma reunião com os líderes partidários no Senado. Logo após, às 20h, a presidente oferecerá o jantar aos demais convidados.

A intenção da presidente é evitar que projetos que prejudicam o ajuste fiscal recebam aval do Senado depois de aprovados pela Câmara. Na semana passada, a Casa, presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez avançar a “pauta-bomba” ao aprovar em primeiro turno uma proposta que vincula salários de procuradores de estado, delegados e de integrantes da Advocacia-Geral da União a 90,25% da remuneração de ministros do Supremo Tribunal Federal 
O impacto dessa medida será de cerca de R$ 2,5 bilhões às contas públicas, conforme o Ministério do Planejamento. Também está na pauta da Câmara projeto que aumenta a correção do saldo do Fundo Nacional de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),o que desagrada o governo.
Na conversa com senadores, Dilma deverá alertar para o impacto dessas duas propostas, na esperança de que o Senado barre o avanço de “pautas-bombas” como estas.
A presidente deve ainda tratar do projeto de lei que reduz as desonerações das folhas de pagamento de 50 setores da economia- o último item do pacote de ajuste fiscal do governo que falta ser votado. O texto está na pauta do Senado e deve começar a ser discutido nesta terça (11).
Mais cedo nesta segunda, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a votação do projeto que coloca fim às desonerações depende de reunião de lideranças.  O peemedebista entregou aos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) uma série de propostas para tentar estimular a economia.

Renan se afastou do Palácio do Planalto desde que passou a ser investigado pela Operação Lava Jato. A relação entre ele e Dilma, porém, ainda é melhor que o contato da presidente com Eduardo Cunha. O presidente da Câmara, inclusive, anunciou em julho rompimento político com o Palácio do Planalto e afirmou que passaria a integrar a oposição.

Na última quinta-feira (6) à noite, Dilma recebeu o presidente do Senado para uma conversa, onde ele voltou a defender o enxugamento da máquina estatal. No domingo, a petista se reuniu com ministros do governo para debater a crise política e as alternativas para solucionar o impasse com a base aliada.

Além de dificuldades na política, a presidente enfrenta um momento delicado na economia do país, com reflexos na sua popularidade, que vive o pior momento. 
Segundo o instituto Datafolha e opinião do Blog chumbogrossomanaus.com.br, o governo Dilma é o pior do mundo com a reprovação (71% da população) desde a redemocratização do país.