58 cidades do Amazonas
terão aumento na conta de energia elétrica a partir de agosto, mesmo fora do
Sistema Interligado Nacional
A conta de energia
elétrica de consumidores de 58 cidades do Amazonas vai ficar até 6% mais cara a
partir de agosto. São cidades fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), mas
que estarão sujeitas às variações tarifárias do SIN. Os moradores destas
cidades vão desembolsar, juntos, mais de R$ 9 milhões, mesmo sem receber
benefícios do sistema.
A cobrança extra na
conta de energia foi considerada abusiva pelo deputado estadual Sinésio Campos
(PT), que é presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas,
Gás e Energia da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). “Não vejo
lógica em cobrar uma tarifa mais alta em municípios que não estão e
provavelmente nunca estarão ligados ao SIN, como é o caso do Amazonas, onde
apenas quatro cidades estão conectadas, mas querem cobrar de todas”.
O deputado refere-se às
cidades Manaus, Manacapuru, Iranduba e Presidente Figueiredo, que fazem parte
do Sistema Elétrico de Manaus e estão ligados ao SIN. Sinésio adiantou que
ainda nesta terça-feira (4) solicitou oficialmente esclarecimentos do
Ministério de Minas e Energia, da Eletrobrás Amazonas Energia e da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão que autorizou a cobrança extra
mesmo em cidades fora do SIN.
Aumento
As 58 cidades do Estado
que estão fora do SIN terão aumento na conta de energia entre 5,5% e 6%. Este
valor será retroativo a maio e dividido entre agosto de 2015 e janeiro de 2016,
em seis parcelas. “Só em maio serão R$ 2,6 milhões. Há mais R$ 6,3 milhões em
junho. O valor de julho ainda não foi divulgado pela Aneel. E tudo isso virá
parcelado nas nossas contas de energia elétrica a partir de agosto. São quase
R$ 9 milhões, mais o valor de julho. É muito dinheiro a ser pago por algo que
não foi e não será usado”, apontou Sinésio Campos, que também é presidente do
Parlamento Amazônico.
A “cobrança
desnecessária de energia de quem não está no SIN”, como definiu Sinésio, estará
na pauta da primeira assembleia-geral do Parlamento Amazônico, que acontecerá
em 20 de agosto, em Boa Vista (RR). “Pode ser que outros estados da Amazônia
estejam na mesma situação do Amazonas, que tem apenas quatro cidades ligadas ao
SIN, mas que todas serão cobradas como se estivessem ligadas. Temos que
investigar e cobrar medidas resolutivas para não deixar a população
prejudicada”.
O Parlamento Amazônico é
formado por deputados estaduais dos nove estados que compõem a Amazônia Legal
brasileira: Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará,
Maranhão e Tocantins. O grupo busca soluções para problemas vivenciados na
Amazônia, com alternativas que aliem desenvolvimento sustentável e crescimento
econômico.