A pauta-bomba começou a explodir em cima da
pior presidente do Brasil de todos os tempos. A faísca para abertura do
processo de impeachment foi acesa. E a base aliada, que poderia conter o
incêndio, encolheu. O cenário dos três primeiros dias de votação no Congresso
Nacional após o recesso parlamentar é de terra arrasada para o governo Dilma
Rousseff. Um caos que expõe o esgotamento do modelo de articulação política do
Palácio do Planalto e que fortalece cada vez mais o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Aprovação das contas de Itamar, FHCe Lula abre
caminho para impeachment de Dilma
Uma votação a jato no plenário da Câmara limpou
nesta quinta-feira (6) o caminho para a apreciação das contas da gestão Dilma
Rousseff, o que pode desencadear o processo de impeachment da presidente. Em
votações simbólicas, ou seja, sem a contagem nominal dos deputados, foram
aprovadas as contas anuais de parte dos mandatos dos ex-presidentes Itamar
Franco (1992), Fernando Henrique Cardoso (2002) e Lula (2006 e 2008).
A primeira decisão foi finalizada em 12 minutos,
sem discussão relevante sobre os números. Na sequência, o deputado Glauber
Braga (PSB) criticou o esforço para aprovar as contas em “pacote”. “Análise de
conta não pode ser um processo de vingança pessoal, nem ter natureza
político-eleitoral”, questionou o parlamentar.
A decisão de pautar as contas antigas foi tomada
pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como uma forma deixar a
pauta livre para uma possível discussão sobre a rejeição das contas de Dilma em
2014. Os números, que geram polêmica devido às manobras contábeis conhecidas como
“pedaladas fiscais”, serão julgados nas próximas semanas pelo Tribunal de
Contas da União e, depois disso, remetidos ao crivo do Congresso. A expectativa
é de que, caso as contas sejam rejeitadas, exista argumentação para o início do
processo de impeachment de Dilma.
As contas de Lula de 2006 foram aprovadas com
ressalvas e geraram mais debates entre
governo e oposição. O paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB) pediu a rejeição
total das contas do petista, com o argumento de que o ex-presidente “é o
artífice da destruição atual da economia nacional”. “Ele nunca se preocupou em
ser um estadista, ele se preocupou em ser um populista e todos os governantes
populistas do mundo levaram os seus países à derrocada”, afirmou o tucano.
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