Depois
disso, já no final do evento, se exaltou ao responder uma pergunta do
empresário Fábio Suplicy, que questionou
como Temer gostaria de entrar para a história: “Estadista ou oportunista?”,
indagou.
Visivelmente irritado, Temer
disse que muita gente fala sobre o assunto, mas ele “não move uma palha” para
prejudicar a petista. “Não há um fato na minha trajetória que o senhor possa
apontar”, afirmou. Depois disse que, se conspirasse, “aí sim eu estaria
manchando a minha história”.
A fala ocorreu já ao final do
evento. Antes, questionado sobre as hipóteses que rondam o fim precoce do
governo - renúncia, impeachment ou cassação via Justiça Eleitoral-, afirmou que
Dilma não faz o estilo “renuncista” e que, se a chapa for cassada, não
discutirá, “porque as instituições têm que funcionar”. “Se a chapa for cassada
eu vou para casa feliz. Ela vai para casa... Não sei se feliz”, concluiu,
provocado pela platéia.
Por fim, questionado sobre o que
fazer pelos próximos anos se a situação do governo não melhorar, respondeu: “Se
continuar assim, de fato, fica difícil”.
Temer asseverou que “espera que o
governo vá até 2018” e que acredita que há chances de recuperação caso a
economia melhore e a articulação política também.
AGREDIDO
Questionado pela patrocinadora do
evento, a empresária Rosangela Lyra, sobre Dilma ter assumido a articulação
política, chamando líderes do Congresso para conversas à revelia de Temer, o
vice disse que não se sentiu agredido por isso.
“A presidente não me agrediu com
essa história de chamar A ou B. Até porque há duas semanas eu passei a cuidar
da articulação macro”, afirmou, dizendo que deixou o varejo da política.
Ele ainda ressaltou que o PMDB
estará unido para definir os rumos da crise e que o partido apóia integralmente
o ministro Joaquim Levy (Fazenda).
CPMF
O vice afirmou ainda que se
considera responsável pelo governo ter enterrado a ideia de recriar a CPMF.
Ele voltou a narrar a conversa
que teve com Dilma e que a avisou sobre uma derrota “fragorosa” no Congresso
caso a medida fosse à pauta.
Ele disse que considerou melhor o
governo desistir da CPMF exibindo um déficit nas contas do que sofrer “duas
derrotas”: a derrubada da proposta no Congresso e depois a exposição do rombo
nas contas públicas.
MORO
Questionado sobre o combate à
corrupção, disse que isso é um problema de gestão. Afirmou que o arcabouço
legal é suficiente para punir os que erram e citou a atuação do juiz Sérgio
Moro. “Ele atua com a legislação vigente, e olha o que está fazendo”, afirmou.
Mais ao final se exaltou ao
defender o direito à ampla defesa e disse acreditar que, após o final do
trabalho do juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na
primeira instância, o país terá mudado.