ACORDA BRASIL – VEM PRA
RUA
BRASIL – O governo brasileiro firmou nesta quinta-feira (11)
acordo com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, para desenvolver vacina
contra o zika vírus. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo
Castro, ao informar que o Brasil destinará US$ 1,9 milhão em recursos para
pesquisar a imunização.
Com a união de esforços entre os dois países,
o ministro avalia que a vacina poderá ficar pronta para aplicação em três anos.
Desse prazo, a parte do desenvolvimento poderá ser encurtada de dois para um
ano. Após isso, serão necessários mais dois anos para produção e
comercialização do produto.
A pesquisa será feita por cientistas
brasileiros e norte-americanos do Instituto Evandro Chagas, localizado no Pará,
e da Universidade do Texas Medical Branch. A universidade texana é centro
colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para pesquisa em vacinas de
doenças infecciosas emergentes.
“O prazo para o desenvolvimento da pesquisa é de dois
anos, mas nossos cientistas e os da Universidade do Texas estão tão otimistas e
acham que poderão fazer em um ano”, afirmou Castro. “Mas desenvolver não
significa vacina pronta para ser aplicada. A partir disso, terão que ser feitos
testes em animais e humanos e isso demora.”
O Brasil enfrenta uma grave epidemia de microcefalia
provocada pelo zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti.
Entre outubro do ano passado e fim de janeiro
deste ano, o País registrou 4.783 casos suspeitos de microcefalia por infecção
de zika vírus, dos quais 404 já confirmados. Em anos anteriores esses casos não
chegavam a 200.
A microcefalia é uma má-formação do cérebro
em fetos. É caracterizada em bebês que, ao nascer, apresentam perímetro
cefálico igual ou inferior a 32 centímetros, em uma deformação do cérebro que
afeta o desenvolvimento da criança.
Conforme os dados mais recentes do Ministério da Saúde
sobre a epidemia, o zika vírus está se espalhando de forma veloz já sendo
detectado em 21 Estados e no Distrito Federal. A transmissão do zika vírus pelo Aedes
aegypti e a microcefalia
também se espalham pelos países das Américas. No restante do mundo, já foi
registrado um caso na China.
“Pode haver uma pandemia de 4 milhões nas
Américas em 2016. Essa pandemia se propaga de maneira mais veloz que a dengue e
os únicos países que sairiam ilesos seriam Canadá e Chile. Essa pandemia é uma
preocupação internacional”, comentou o ministro.
Anticorpos
O pesquisador do Instituto Evandro Chagas,
Pedro Vasconcelos, forneceu detalhes dos estudos para a vacina contra o zika
vírus informando que o desenvolvimento da imunização será acelerado porque os
testes da vacina serão feitos simultaneamente em camundongos nos Estados Unidos
e em macacos em Belém.
Até o momento, disse, já foi feito o
sequenciamento do genoma do vírus. A partir disso, uma parte desse genoma (a
parte responsável pelo desenvolvimento de anticorpos) será incorporada em uma
partícula sintética do vírus VLP. Após a conclusão dessas fases serão feitos os
testes em animais.
Todo esse procedimento pode levar um ano
considerando os testes simultâneos em aninais. A partir disso e devidamente
aprovada a vacina, será montada a estrutura de produção.
Segundo o ministro, os US$ 1,9 milhão
destinados são suficientes e se for necessário haverá reforço de verbas por
parte do governo brasileiro. A contrapartida dos Estados Unidos é em termos de
conhecimento e não em valores.
Também nesta quinta-feira, o ministro
confirmou o registro de uma terceira morte de adulto no Brasil em que foi
detectado zika vírus. Segundo ele, uma jovem de 20 anos morreu em abril do ano
passado no interior do Rio Grande do Norte após infecção pelo vírus. O governo
brasileiro comunicou o fato à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fonte:
Ministério da Saúde