BRASIL
- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai denunciar a Procuradoria da
República no Distrito Federal ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)
e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A defesa do petista afirma
que os procuradores do DF cometeram “abusos e ilegalidades contra o
ex-presidente”. A reação de Lula acontece depois que a revista “Época” revelou
na edição deste fim de semana que os investigadores concluíram que o petista
fez tráfico de influência em favor da construtora Odebrecht.
“A gravidade dos fatos
é gritante, razão pela qual os advogados do ex-Presidente Lula irão, mais uma
vez, levar a situação ao conhecimento do Procurador Geral da Republica — que
até hoje não deu resposta às ilegalidades antes denunciadas — e ao Conselho Nacional
do Ministério Público, que necessita cumprir as suas funções constitucionais e
impedir que continue havendo o vazamento de informações sigilosas sonegadas aos
advogados” afirma a nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins.
De
acordo com a revista, os procuradores concluíram que “havia um modus
operandi criminoso na atuação de Lula, dos executivos da Odebrecht e dos
diretores do BNDES para liberar dinheiro do banco à empreiteira”. O
ex-presidente teria vendido sua “influência política à Odebrecht por R$ 7
milhões”. A “Época” diz ainda que “o contrato de palestras entre uma empresa de
Lula e a Odebrecht serviu para ‘dar aparência de legalidade’ ao tráfico de
influência”.
Os
procuradores também identificaram que o BNDES aprovava com velocidade incomum —
até 49% acima da média — os financiamentos que envolviam gestões de Lula e
interessavam à Odebrecht. Em nota divulgada pelo Instituto Lula, a defesa do
ex-presidente contesta a reportagem.
"O
único crime evidenciado na reportagem é o vazamento ilegal de um procedimento
sigiloso, ao qual os advogados de Lula tiveram acesso negado, também de forma
ilegal ”, afirma a defesa de Lula.