8 de março de 2016

DELETA BRASIL - Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro negociam delação que pode ferrar Lula, Dilma e toda quadrilha.

BRASIL - Os empresários Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, que comandavam duas das maiores empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras — a Odebrecht e a OAS, respectivamente —, estão fechando um acordo entre eles para, em seguida, começar a negociar colaboração premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) da Operação Lava Jato. A informação foi repassada à reportagem por uma pessoa ligada a um dos executivos.

Numa operação casada, Marcelo e Léo Pinheiro querem se colocar à disposição dos procuradores para delatar o que sabem sobre a corrupção na Petrobras e em outras áreas da administração pública. Em troca, pretendem receber os benefícios previstos em lei, assim como outros réus da Lava Jato. O acordo, segundo a fonte, não envolve combinação de versões entre os executivos. O plano é os dois fazerem opções simultâneas por uma mesma tentativa de resolver o problema. “O acordo de colaboração de um está casado com o do outro”, disse uma pessoa que acompanha de perto as tratativas entre as partes.
Um dos objetivos da decisão dos donos da Odebrecht e da OAS é salvar as duas empresas de prejuízos irreversíveis ou até mesmo da bancarrota, caso as investigações da Lava Jato se prolonguem por tempo indefinido. Uma ação conjunta a favor de acordos de delação evitaria, segundo a fonte, um futuro descompasso entre as duas gigantes da construção civil. Odebrecht e OAS acham que uma ação isolada de uma das empreiteiras poderia ser fatal para uma ou para ambas. Uma iniciativa simultânea reduziria riscos.
Relações com Lula
A delação dos dois empresários poderia ser explosiva. A Odebrecht e a OAS estão entre as maiores financiadoras de campanhas eleitorais no país. As duas empresas também teriam papel fundamental no esclarecimento sobre as questões levantadas na 24.ª etapa da Lava Jato: as relações entre os dois grupos e o ex-presidente Lula. As empreiteiras fizeram um consórcio informal para fazer reformas em sítio de Atibaia (SP) usado por Lula. O sítio está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna. A força-tarefa investiga se o sítio pertence ao ex-presidente.
Os investigadores querem saber também por que a OAS fez reforma num apartamento triplex no Guarujá. O apartamento era destinado a Lula, mas ele anunciou o desinteresse em ficar com o imóvel depois que os gastos da OAS no empreendimento passaram a ser investigados. Odebrecht e OAS estão entre as cinco empreiteiras que mais repassaram dinheiro para o Instituto Lula e para a LILS Palestras e Eventos, a empresa responsável pelas palestras do ex-presidente.
Fonte: Gazeta do Povo
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/donos-da-odebrecht-e-oas-negociam-delacao-premiada-conjunta-8y7563nj9divspjifoh4jup7n