BRASIL – Esta semana foi tipicamente movimentado no 13º andar do
Senado. Lá fica o gabinete do senador Fernando Collor (PTB-AL), envolvido no
escândalo da Petrobras. Assessores sequer estavam autorizados a confirmar se o
parlamentar estava na Casa. É o mesmo clima de tensão e expectativa vivido pelo
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, ex-apadrinhado de Renan Calheiros.
O senador Fernando Collor de
Mello é o próximo da fila . . . no Supremo Tribunal Federal. Já está na mesa do
ministro Teori Zavascki a liberação da denúncia contra o senador de Alagoas
para análise do plenário da Corte. Collor se tornará réu acusado dos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
ACUSAÇÕES
Fernando
Collor de Mello, senador pelo PTB de Alagoas, é acusado de crimes como lavagem
de dinheiro e corrupção ativa. Collor e o deputado Eduardo Cunha são
os dois primeiros políticos com mandato denunciados na Operação Lava Jato.
A
denúncia contra o senador Fernando Collor está sob sigilo porque contém
informações de uma delação premiada ainda não validada pela justiça. Ele é
acusado de receber R$ 26 milhões, entre 2010 e 2014, desviados de contratos da
BR Distribuidora.
Os
delatores disseram que o senador recebeu dinheiro vivo em mãos. As
investigações mostram que Collor comprou carros de luxo com parte da propina,
que estavam em nome de empresas de fachada. Em julho, a Polícia Federal apreendeu
um Porsche, uma Lamborghini e uma Ferrari.
Outras
quatro pessoas ligadas ao senador também foram denunciadas, três funcionários e
o ex-ministro, Pedro Paulo Leoni. Collor é um dos 53 políticos investigados na
Operação Lava Jato. O senador agora terá 15 dias para se defender, depois de
ser comunicado da denúncia.
O
caso vai ser analisado pela segunda turma do STF formada por cinco ministros,
mas ainda não há prazo para isso. Se a denúncia for aceita, Collor se torna
réu.
A
assessoria de Collor disse que o senador nunca foi ouvido sobre os fatos atribuídos
a ele e que as razões que levaram a Procuradoria a fazer a denúncia antes da
conclusão do inquérito parecem atender a interesses e conveniências que não se
coadunam com a melhor apuração dos fatos.