17 de maio de 2016

Herança maldita de Eduardo Braga tira o sono do novo ministro de Minas e Energia

BRASIL - A estatal de energia virou um abacaxi para o governo com dívidas bilionárias. O novo ministro de Minas e Energia tirou o domingo (15) para conversar com o setor. Qual foi o resultado dessa conversa? 
Os representantes do setor elétrico saíram do encontro dizendo estar animados e estimulados. O setor reclama de prejuízos acumulados ao longo dos anos. E a Eletrobras ainda corre o risco de ter que antecipar o pagamento de dívidas bilionárias.

A reunião em pleno domingo (15) foi com nove associações de distribuidores, investidores e produtores de energia. O novo ministro, que não tem experiência no setor, quis se apresentar, conversar com o setor - que reclamou de falta de soluções nos últimos anos.

Fernando Coelho Filho tem 32 anos e está no terceiro mandato. Chegou ao governo por indicação do PSB.
As associações também alertaram para os problemas da Eletrobras. A empresa tem que apresentar o balanço de 2014 e 2015 à SEC, o órgão regulador do mercado americano.
Se a Eletrobras não cumprir o prazo - que termina na quarta-feira (18) -, a estatal corre o risco de ter que antecipar o pagamento de até R$ 40 bilhões em dívidas, segundo o Ministério do Planejamento. Há dificuldades para calcular prejuízos causados, por exemplo, por irregularidades investigadas na Lava Jato.

Fernando Coelho Filho vai se reunir com o presidente da Eletrobras e com integrantes da equipe econômica:
“Esse de fato é uma questão que a gente tem que ver por conta do prazo, até. Quarta-feira é o prazo final. Vamos ter uma reunião com o ministro do Planejamento representantes da Fazenda e o presidente da Eletrobras para a gente poder, enfim, aprofundar um pouco mais o detalhe da situação e tentar encontrar algumas saídas. Então, essa é, sim, uma questão urgente, eu acredito que vou ter também oportunidade, nos próximos dias, de conversar com o presidente a respeito disso”, afirmou o ministro.

Representantes do setor confirmaram que o ministro tem pressa. Até quarta-feira (18) deve anunciar a nova equipe de assessores e secretários que vão trabalhar em novas medidas do governo em exercício. Também na quarta-feira começa o maior encontro do setor elétrico, no Rio, o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico - mais um encontro que o ministro terá com a indústria.

Distribuidoras de energia reclamaram dos efeitos da crise: compraram energia a longo prazo e têm contratos sobrando porque o consumo freou. Contas mais caras e a economia devagar. O setor busca soluções negociadas.
“Essas soluções têm que ser negociadas a quatro mãos. Quer dizer, as duas mãos do governo e as duas nossas. Tem que haver esse diálogo e o ministro se mostrou totalmente de acordo com isso, o que nos deixou muito animados e muito estimulados a colaborar com o governo nesse sentido”, disse Mário Menel, presidente do Fórum de Associações do Setor Elétrico.
Outra ameaça: os questionamentos na Justiça e na Aneel sobre a Conta de Desenvolvimento Energético - um fundo que banca subsídios para o setor. As empresas recorreram para reduzir a contribuição. O risco é que os valores contestados possam acabar nas contas de luz.
Fonte: G1