“Isso explica o amor do PC do B por esse
projeto”, Chumbo Grosso
BRASIL – Mais bomba da deleção do ex-deputado Pedro Corrêa, um dos corruptos
mais antigos em atividade no país, firmou com a Justiça. Confessando seus
crimes com a autoridade de um decano da roubalheira, que começou a receber
propinas na década de 70 e só foi parado pela Operação Lava-Jato, Corrêa
desnudou as engrenagens da corrupção nos governos de Lula e de Dilma Rousseff,
mas fez mais. Além de comprometer figuras de proa da antiga oposição, como
Aécio Neves, e da cúpula do PMDB e do governo interino de Michel Temer - como
Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha, Romero Jucá e Renan
Calheiros - Corrêa escancara de vez o esquema de corrupção montado por
pretensos partidos "éticos" da política, os virtuosos líderes de
esquerda do PCdoB.
Cérebro
da corrupção do PC do B
O cérebro do esquema de corrupção comunista,
diz o delator, era o ex-ministro Aldo Rebelo.
Segundo relata Pedro Corrêa no anexo 27 de
sua delação, durante o segundo governo Lula, o PC do B comandou a Diretoria de
Produção Habitacional do Ministério das Cidades. Pilotado por Daniel Nolasco,
filiado ao PC do B, o órgão comandava bilionárias verbas do programa Minha Casa
Minha Vida. Nolasco, apadrinhado no cargo pelo ex-ministro Aldo Rebelo, operava
verbas destinadas a empreiteiras de pequeno porte, que atuavam na construção de
casas para a população carente em cidades com menos de 50 000 habitantes.
Enquanto cumpria a nobre missão de realizar o
sonho da casa própria para famílias humildes, o militante do PC do B aproveitava
para tocar uma agenda clandestina. Nessa função, nada edificante, cobrava
propinas das empreiteiras que iriam construir as moradias populares. Segundo
Pedro Corrêa, a taxa praticada no esquema de corrupção girava em torno de 10% a
30% do valor de cada casa construída. O golpe era simples: o diretor do órgão,
a quem cabia liberar recursos para os empreiteiros e cobrar a propina, tinha
uma empresa, a RCA Assessoria. Depois de o ministério fechar o convênio com a
empreiteira e repassar o dinheiro para a construção das casas, os empresários
corruptos pagavam a propina negociada com o PC do B para a RCA.
O
esquema do PCdoB era dividido com o PT e com o PP e operou cobrando propinas na construção de
pelo menos 100 000 casas populares. Segundo Corrêa, apenas uma empreiteira com
contratos no Maranhão pagou 400 000 reais aos corruptos. Pedro Corrêa conhece
os detalhes da roubalheira porque era um dos seus beneficiários. "A
propina arrecadada pela RCA era dividida entre o PT, que tinha a Secretaria
Nacional de Habitação, pelo PCdoB, que comandava a Diretoria de Produção
Habitacional, e pelo PP, que tinha (indicado) o ministro das Cidades", diz
Corrêa.
Trecho
da delação de Pedro Corrêa que envolve o PC do B em propinas do Minha Casa,
Minha Vida
A delação de Pedro Corrêa já foi concluída e os depoimentos estão no STF para homologação do ministro Teori Zavascki. Em um anexo específico dedicado a Aldo Rebelo e ao PCdoB, o delator revela que o ex-ministro de Lula e de Dilma Rousseff embolsava um terço de toda a propina arrecadada pelo esquema corrupto ao PCdoB. "Aldo Rebello tinha pleno conhecimento de que as nomeações dos indicados pelos partidos da base aliada eram realizadas com o intuito de arrecadação de propina", diz Corrêa.
Procurado
pela Veja para comentar as acusações de Pedro Corrêa, o comunista Aldo Rebelo
não atendeu às ligações.
O ex-ministro não é o primeiro político
comunista a surgir na teia de corrupção investigada pela Operação Lava-Jato.
Nesta semana, depois que o Supremo Tribunal Federal retirou o sigilo sobre a
delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, vieram a público as
revelações sobre o pagamento milionário de propina para a deputada Jandira
Feghali (PCdoB-RJ).
Machado disse aos procuradores da Lava-Jato
que Jandira pediu ajuda financeira para sua campanha eleitoral diretamente a
ele. O ex-presidente da Transpetro conta então que conseguiu recursos com a
empreiteira Queiroz Galvão, que tinha negócios com a Transpetro, para a
campanha de Jandira. A deputada explicou que na década de 80 atuou como
sindicalista em estaleiros e que, por isso, é "natural" que, ao
" procurar recursos" para as campanhas, ela "buscasse os
parceiros desta luta". Os parceiros de luta da deputada, agora se sabem,
eram corruptos, e os recursos, dinheiro sujo do petrolão.
Fonte: VEJA