BRASIL - A situação da
estatal de energia Eletrobras, que enfrenta prejuízos bilionários desde 2012, é
"insustentável" e exigirá uma revisão do tamanho e do papel da
empresa no país, afirmou nesta sexta-feira (10) o ministro de Minas e Energia,
Fernando Coelho Filho. Ele adiantou que o
governo prepara um plano de vendas de ativos da companhia que deverá começar
com empresas de distribuição e fatias minoritárias em usinas e linhas de
energia.
O ministro negou,
no entanto, que existam planos neste momento para vender as maiores
subsidiárias da estatal que atuam em geração e transmissão de energia --Furnas,
Chesf, Eletronorte e Eletrosul.
"Não vamos
fazer uma liquidação da Eletrobras", disse Coelho Filho a jornalistas após
participar de reunião com o vice-governador de São Paulo, Márcio França, e
empresas de energia no Palácio dos Bandeirantes.
"Mas tem sim
determinação de redefinir o papel e o tamanho da empresa."
Segundo ele, o
governo vai preparar o processo de privatizações com apoio do Ministério do
Planejamento, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e
do próprio ministério e seus órgãos técnicos, como a estatal Empresa de
Pesquisa Energética (EPE).
Subsidiária em Goiás
A ideia é iniciar
as vendas pela distribuidora de energia Celg-D, que atende o Estado de Goiás,
cuja privatização já havia começado a ser preparada pelo governo Dilma
Rousseff, que chegou a definir um preço mínimo para a empresa e contratar o
BNDES para apoiar o processo, mas não chegou a publicar o edital.
"O processo
vai começar com a Celg, até porque já está bem encaminhado, mas não vai parar
por aí, a ideia é seguir adiante... a Eletrobras tem cerca de 180 SPEs
(Sociedades de Propósito Específico), as mais diversas... São ativos
importantes, valiosos e não faz sentido na situação que a empresa está manter
todas essas SPEs", disse Coelho Filho.
Ele também deixou
claro que a venda de subsidiárias de distribuição da Eletrobras deverá ir
adiante após a Celg-D.
"Está muito
claro que as distribuidoras não devem ficar sob o guarda-chuva da
Eletrobras", disse.
Empresa enfrenta prejuízos inclusive no Amazonas
As sete
distribuidoras da Eletrobras atendem, além de Goiás, Estados das regiões Norte
e Nordeste, como Acre, Amazonas,
Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima. As empresas acumulam prejuízos devido a
elevados índices de inadimplência e furtos e perdas de energia em seus
mercados.
Coelho Filho
acrescentou que o governo ainda não definiu uma data para realizar o leilão da
Celg-D.
Para fechar essas
definições, o ministério aguarda, entre outros pontos, a chegada à equipe do
matemático Luiz Barroso, que atualmente é diretor da consultoria PSR, mas já
aceitou convite para presidir a EPE.
Segundo o
ministro, Barroso deverá assumir o comando da EPE até o final do mês.
Fonte: uol