BRASIL
- Estiveram com Temer nas últimas semanas os senadores Romário (PSB-RJ),
Cristovam Buarque (PPS-DF), Eduardo Amorim (PSDC-SE), Benedito de Lira (PP-AL),
Acir Gurgacz (PDT-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Cristovam também já esteve
com Dilma e passou a ser fortemente cobrado por movimentos de esquerda por ter
votado a favor do afastamento da petista.
No Amazonas Dilma tem a favor os votos
de Vanessa (PC doB) e de Eduardo Braga (PMDB). O Foco é disputar o voto de Omar
Aziz (PSD).
OS 15 SENADORES PRETENDIDOS POR TEMER E
DILMA
Imagem : oglobo
O
grupo dos 15 tem ainda Fernando Collor (PTC-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Pedro
Chaves (PSC-MS), Roberto Rocha (PSB-MA), Vicentinho Alves (PR-TO), Wellington
Fagundes (PR-MT), Wilder Moraes (PP-GO) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) — que se
licenciará para disputar a prefeitura do Rio, mas controla o voto do suplente,
Eduardo Lopes (PRB).
Com
o avanço do processo, algumas posições ficaram mais claras. Os petistas já
desistiram de Romário, que deve votar pelo impeachment. Eduardo Amorim,
Vicentinho e Wilder Moraes passaram a declarar voto pró-deposição.
Amorim
afirmou que não vê motivos para rever sua posição:
Uma
pessoa falou comigo (do grupo de Dilma), mas nada capaz de mudar o meu voto.
Senadores
confirmam abordagens dos dois lados. Pelo PMDB, quem comanda as negociações são
o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
Dilma tem quatro senadores: Roberto Requião (PMDB-PR), Kátia Abreu (PMDB-TO),
Jorge Viana (PT-AC) e Paulo Rocha (PT-PA).
Os
dois lados têm me procurado. Ainda estou analisando e não quero me precipitar —
diz Pedro Chaves (PSC-MS).
DOS 81 SENADORES, 37 SÃO FAVORÁVEIS AO AFASTAMENTO
Na
última semana, O GLOBO entrou em contato com todos os senadores ou seus
assessores para saber o posicionamento dos parlamentares sobre o impeachment de
Dilma Rousseff. Dos 81 senadores, 55 já decidiram o voto: 37 são favoráveis e
18, contra o impedimento da presidente afastada. Os outros 26 seguem indecisos
ou não responderam. O PSDB lidera o grupo pró-impeachment, tendo apenas um voto
não anunciado, o do relator Antonio Anastasia (MG). Do outro lado, o PT lidera
o grupo dos que defendem o mandato de Dilma. Entre os indecisos, nove são do
PMDB, partido do presidente interino, Michel Temer.
PEEMEDEBISTA SE APROXIMAM
Há
uma máxima que rege as relações no PMDB: na crise, todos se unem. Em meio às
turbulências da Operação Lava-Jato, os presidentes interino, Michel Temer, e do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vivem uma relação de altos e baixos,
reaproximaram-se. A aliança, acertada em conversas no Palácio do Planalto e no
Palácio do Jaburu (residência oficial de Temer), inclui a possibilidade de
Renan votar a favor do impeachment.
O
presidente do Senado vinha falando desde o começo do processo que iria se
abster, mas, a pessoas próximas, Renan admitiu não se manifestar na primeira
votação, a que aprova ou rejeita o relatório da comissão do impeachment, no
plenário. No entanto, deverá dar seu voto a Temer, num gesto de “boa
vizinhança”, no julgamento final do afastamento de Dilma Rousseff.
Nas
conversas que tiveram, Temer e Renan acertaram um pacto de governabilidade. Nos
últimos dias, o presidente do Senado modulou suas declarações públicas sobre o
presidente interino, fazendo elogios e o defendendo da delação do ex-presidente
da Transpetro Sérgio Machado, que disse que Temer pediu a ele R$ 1,5 milhão
para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.
Nunca
estivemos tão próximos — disse Renan durante entrevista no Senado, na semana
passada.
Renan
também bateu firme no procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizendo que
ele “perdeu limites do ridículo e do bom senso”. Apesar de Temer querer
distância de qualquer polêmica com Janot, a declaração de Renan foi vista com
bons olhos.
Por
trás dos afagos, está a necessidade de sobrevivência de ambos. Temer, que já
chamou Renan de “sacripanta” (patife), precisa do correligionário para aprovar
projetos de interesse do governo no Senado. Renan, por sua vez, busca
estabilidade no comando da Casa e procura evitar ter o mesmo fim de Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), afastado pelo STF.
Fonte:
G1