BRASIL - O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a um assunto que havia
tratado na sessão desta terça-feira (14): pedidos de impeachment do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhados ao Senado. Na
ocasião, ele disse que havia arquivado alguns pedidos, mas iria analisar
pessoalmente novos. Ou seja, não iria despachar tão rapidamente como fizera
antes.
Na reunião de
líderes, na manhã desta quarta (15), Renan colocou o assunto em discussão:
imediatamente, o senador Fernando Collor (PTC-AL), que também é investigado na
Lava Jato, deu o maior apoio à ideia de acolher o pedido (e aí começar um
processo no Senado pelo afastamento de Janot); já o senador Cristovam Buarque
(PPS-DF) foi em direção contrária, e pediu moderação. O senador João Capiberibe
(PSB-AP) também foi contra a abertura de processo contra Janot.
Mais tarde,
enquanto presidia a sessão desta quarta do Senado, Renan voltou ao assunto e
anunciou que iria analisar "com muito carinho" esses pedidos de
impeachment de Janot. E lembrou que três procuradores que integram a força
tarefa da Lava Jato tiveram seus nomes rejeitados pelo Senado em indicações
para o Conselho do Ministério Público, mas, segundo ele, não se sentiam
impedidos de analisar casos de senadores. O presidente do Senado prometeu
analisar os pedidos em alguns dias e, então, anunciar, sua resposta.
Senadores da base
do governo tentam demover Renan da ideia de acolher pedido de impeachment de
Janot. "Isso não será bom para ele", disse um governista.
Já um petista avaliou:
"Ele quer dar um susto... Vai dizer que pode acolher, depois recusa e
ainda fica com crédito junto à PGR", arriscou.
Texto: Cristiana
Lôbo