BRASIL - Em sua delação premiada, o ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado relatou ter repassado propina a ao menos 18 políticos
de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.
O PMDB, fiador político de sua indicação à
presidência da Transpetro, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões,
de acordo com seus depoimentos.
Segundo ele, os políticos o procuravam
pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras
que tinham contratos com a Transpetro.
"Embora a palavra propina não fosse
dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele
doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e
sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro",
afirmou.
A lista de políticos entregue por Sérgio Machado inclui ferrenhos
adversários do PT, como o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o ex-senador
Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e
o deputado Felipe Maia (DEM-RN).
Além deles, outros que o procuraram pedindo recursos foram, de
acordo com sua delação, além dos caciques do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero
Jucá (RR) e José Sarney (AP), também os parlamentares e ex-parlamentares
Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ),
Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN),
Valter Alves (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
No caso de Renan, Jucá e Sarney, o
ex-presidente da Transpetro relatou que eles receberam tanto por meio de
doações oficiais como de dinheiro em espécie. Machado detalhou quais doações
feitas a ele podem ser consideradas como propina.
Machado também relatou quais empresas
aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a
Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz
Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções
Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê.
"Quando chamava uma empresa para
instrui-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era
lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a
Transpetro", disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos.
Fonte: folha de são paulo