"Queremos ver a Maria do Rosário defender o amigo"
BRASIL - O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um
pedido de abertura de inquérito contra o senador Telmário Mota (PDT-RR). A
intenção é investigar se o parlamentar agrediu uma jovem de 19
anos até a perda de consciência da vítima.
AMANTE
Maria Aparecida Nery de Melo registrou boletim de ocorrência em
31 de dezembro de 2015 na qual acusa Telmário, com quem disse manter
relacionamento, de agredi-la com socos e chutes em sua casa. O caso foi
revelado pelo jornal Folha de S. Paulo. O exame de corpo de delito constatou
lesões pelo corpo da vítima. Ela também relatou ameaças de morte por parte do
senador para que não houvesse uma denúncia dos episódios de agressão.
Depois do relato inicial, Maria Aparecida mudou a versão e negou
ter sido agredida. No segundo depoimento à polícia, ela afirmou que disparou
socos e pontapés contra o namorado, que somente a segurou para evitar as
agressões. No final de julho, após a divulgação do caso pela imprensa, Maria
Aparecida gravou um vídeo no qual afirma que não sofreu agressões do senador.
Janot entendeu que existem elementos suficientes para instalar
uma investigação contra o parlamentar. "Apesar da diversidade de versões,
a verossímil é a primeira, porquanto o exame de corpo de delito efetivado em
Maria Aparecida Nery de Melo apontou lesões em diversas partes do corpo (...).
Com efeito, se Telmário Mota a tivesse tão somente segurado para fazer cessar
injusta agressão, Maria Aparecida não apresentaria lesões na face e no
corpo", escreveu o procurador-geral.
No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral destacou
ainda que a Lei Maria da Penha transformou os casos de lesão corporal em
situação de violência doméstica em crime que dispensa a representação da
vítima.
A assessoria do senador informa que ele está
"tranquilo" e quer celeridade na apuração do caso, que classifica
como "calúnia".