BRASIL - A Polícia Federal deflagrou nesta
sexta-feira (23) mais uma fase da Operação Acrônimo, que investiga suposto
esquema de corrupção envolvendo verbas do BNDES na gestão do governador de
Minas, Fernando Pimentel (PT), quando este comandava o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio.
Dentre os alvos da 9ª fase da ação, está o
chefe da Casa Civil de Minas Gerais, Marco Antônio Rezende, e outras pessoas
relacionadas às empresas de consultorias MOP e OPR em MG. Essa fase também
investiga outro esquema paralelo supostamente envolvendo o governador de Minas
com a empresa OAS, alvo de busca. Não há prisões. Apenas mandados de condução
coercitiva e busca a apreensão.
A MOP Consultoria e Assessoria, um dos alvos
da ação da PF, foi aberta em novembro de 2012 pelo atual presidente da
Companhia de Tecnologia da Informação de Minas (Prodemge), Paulo de Moura, e
por Rezende. Eles integravam o primeiro escalão da prefeitura de Belo Horizonte
na gestão Pimentel (2001-2008) e ficaram nos cargos até 2012, já na
administração Marcio Lacerda (PSB).
Investigadores da Operação Acrônimo suspeitam
que o governador seja o dono da consultoria e beneficiário de recursos
recebidos por ela. Em 25 de junho do ano passado, numa das fases da Acrônimo, a
PF recolheu notas fiscais dos pagamentos à MOP e a outras empresas atribuídas
pelos investigadores ao governador. Os documentos estavam numa sala alugada por
Pimentel para ser seu escritório político em BH.
No local da apreensão funcionavam outras
empresas supostamente de propriedade de Pimentel, como a OPR Consultoria Imobiliária,
em nome Otílio Prado, um dos principais assessores do petista.
A MOP é investigada por ligações com Fernando
Pimentel. Ela recebeu R$ 635 mil do Setra (Sindicato das Empresas de Transporte
de Passageiros de Belo Horizonte). A entidade representa as viações de ônibus
da capital mineira, contratadas na gestão do petista, em 2008, para operar as
linhas da cidade por 20 anos, com faturamento previsto de R$ 10 bilhões.
Rezende coordenava a licitação. A empresa dele teve ainda mais sete clientes e
faturou R$ 1,9 milhão em 21 meses.
A consultoria teve vida curta. Em dezembro de
2014, logo após Pimentel vencer as eleições para o governo de Minas, os dois
sócios a fecharam. Ambos trabalharam na campanha e, em seguida, na equipe que
cuidou da transição do governo. Rezende era coordenador financeiro e jurídico
do comitê.