BRASIL - O PSDB vai entrar nesta sexta-feira, 2, com um mandado
de segurança no Superior Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do
Senado de permitir que a ex-presidente Dilma Rousseff exerça funções públicas.
O recurso será assinado também pelo DEM.
Após a votação que cassou o mandato da petista no Senado,
dezesseis dos 61 senadores que defenderam o afastamento definitivo optaram por
manter os direitos políticos de Dilma.
Os tucanos querem impedir a divisão da votação da pena de Dilma
Rousseff em duas partes. Na primeira, cassou-se o mandato, mas a segunda
garantiu o direito dela de exercer funções públicas.
O senador Álvaro Dias (PV-PR) já entrou nesta quinta-feira, 1,
com um mandado no STF. "Abriu-se um precedente perigoso ao se impor a
segunda votação. A Constituição não dá base a interpretações. Ela diz: cassação
com suspensão dos direitos políticos por oito anos. Não precisa ser jurista,
basta saber ler", disse o senador à reportagem.
O PSDB cogitou na última quarta-feira, 31, recorrer ao STF, mas os
advogados da sigla temeram que isso poderia prejudicar a votação principal.
Como Dilma entrou com uma ação questionando a votação inteira, os tucanos
avaliaram que o assunto já entraria na pauta.
A decisão do Senado de permitir que a ex-presidente Dilma
Rousseff assuma cargo público mesmo após cassada causou crise na base aliada de
Michel Temer. Parlamentares do PSDB e do DEM acusaram o PMDB de ter feito um
acordo para "livrar" Dilma e amenizar sua pena por crime de
responsabilidade.