20 de novembro de 2016

TRETAS DO PSDB - Aecio não quer Lula preso, e Partido quer Geraldo Alckmin Presidente em 2018.

BRASIL - Numa semana conturbada para a política do país, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) comentou sobre o andamento da Operação Lava Jato e planos do partido para as eleições de 2018.

O presidente nacional do PSDB disse ver com cautela a prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. "Não conheço o caso. Mas temos de ter cuidado para que a prisão não seja a primeira etapa de um processo", disse, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.

Aécio também encara com ressalvas uma possível prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não torço pela prisão do Lula, mas para que a Justiça seja feita. A prisão dele não me traria alegria, mas eu não preocuparia com as consequências", afirmou.

O senador admite, inclusive, um possível abuso na condução coercitiva de Lula. "Talvez pudessem ter obtido o mesmo resultado de outra forma", disse. Aécio nega, porém, que a Operação Lava Jato esteja em risco.
"Não vejo a Lava Jato com essa fragilidade. Não se pode considerar uma afronta ao Ministério Público as medidas para que a legislação seja cumprida", defendeu.
A respeito dos planos do partido para 2018, Aécio foi diplomático e admitiu que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, possa tomar a frente da disputa após a vitória de João Doria na prefeitura de SP.

"Brasil pra frente, Geraldo presidente"
Em meio a gritos de "Brasil pra frente, Geraldo presidente" e discursos contra a corrupção, políticos do PSDB defenderam prévias para escolha do candidato ao Planalto durante o sétimo encontro de tucanos eleitos do Estado de São Paulo.

O evento reuniu os maiores caciques, com exceção de outro virtual candidato, o senador Aécio Neves, que foi derrotado por Dilma Rousseff em 2014.

O coro das prévias partiu especialmente do prefeito eleito João Doria (PSDB), que ao fim de seu discurso estendeu uma bandeira do Brasil ao som do "Tema da Vitória", música celebrizada nas corridas em que o piloto Ayrton Senna subia ao primeiro lugar do pódio.
O evento foi marcado por saia justa, já que outro sempre pré-candidato José Serra, que é ministro das Relações Exteriores, foi um dos homenageados, mas não foi citado nenhuma vez como eventual postulante.

Além de Serra, Doria e Alckmin, estiveram à mesa de caciques tucanos os senadores José Aníbal, Aloísio Nunes, o deputado federal Alberto Goldman, e os ministros Bruno Araújo (Cidades) e Alexandre de Moraes (Justiça).
As prévias no modelo direto, com participação de todos os filiados, foram defendidas também por Moraes, que é potencial candidato ao governo estadual em 2018.
O entorno do governador tem apostado no discurso das prévias como forma de pressão ao senador Aécio Neves, presidente nacional do partido, para que desista da eleição pelo Planalto em 2018.
Depois da eleição de João Doria em São Paulo, alckminitas apostam que o governador tem força suficiente para vencer uma disputa interna. A ala ligada a Aécio lembra, no entanto, que o mineiro controla o partido nacionalmente.
Em um gesto de aproximação ao grupo adversário, o PSDB paulista convidou o ministro Bruno Araújo, ligado a Aécio, e em seu discurso Alckmin exaltou o tucano: "Não esqueçam esse nome".
"Em São Paulo já é uma tradição [ter prévias], mas esse não é o tema nesse momento", desconversou Alckmin em entrevista coletiva ao fim do evento.

APOIO A TEMER

O chanceler José Serra fez um discurso protocolar aos prefeitos eleitos e, em meio à antecipação da disputa interna no PSDB para 2018, usou sua fala para fazer um aceno ao presidente Michel Temer (PMDB).
"Nosso partido se envolveu no governo Temer. Temos responsabilidade e temos que contribuir para dar certo. Ou o adversário que nos derrotamos vai voltar", disse Serra. Com informações da Folhapress.