10 de dezembro de 2016

É INOCENTO BRASIL - O Prefeito de Manaus Arthur Neto/PSDB-AM (vulgo Kimono da Odebrecht e Faixa Vermelha de enfeite do Juijtsu) afirma em Nota que são mentiras divulgadas contra ele e que não recebeu propina e sim doações legais.

MANAUS - “Recebi, de modo legal e com o devido registro na Justiça Eleitoral, R$ 80 mil, a título de colaboração da empresa Odebrecht, através de sua subsidiária Leyroz de Caixias Indústria, Comércio e Logística, para a minha campanha de 2010 para o Senado. Essa é a verdade única.

Daí porque recebi, surpreso e revoltado, a notícia de que o delator Claudio Melo teria me citado como suposto beneficiário de R$300 mil nessa mesma eleição. Lembro que, em março deste ano, “vazou” outra lista, daquela vez me atribuindo R$100 mil e misturando doações legais com aquelas feitas à margem da legislação eleitoral. Vejam o despropósito: R$100 mil ou R$300 mil? Por que a perniciosa confusão de números, quando a verdade inescapável é que a empresa me destinou R$80 mil dentro da lei?

Vamos aos fatos. Fui deputado federal e senador por 20 longos anos e nunca apresentei uma emenda sequer ao Orçamento, que beneficiasse a Odebrecht ou outra empresa qualquer. Jamais um discurso que procurasse justificar a destinação de recursos para alguma obra tocada por essa empresa. Nunca qualquer tentativa de ajudá-la, enfiando “jabutis” em medidas provisórias, até porque minha atuação parlamentar, bem ao contrário, sempre se marcou por denunciar manobras orçamentárias espúrias, advocacia administrativa e deformação de medidas provisórias.

Fui líder e ministro do governo Fernando Henrique por quatro anos e nunca prestei qualquer “serviço” à Odebrecht ou a nenhuma outra empreiteira. Entrei e saí desses postos de cabeça erguida, sem sofrer questionamentos de ordem moral. Fui líder do PSDB no Senado, durante oito anos, em oposição ao presidente Lula da Silva. O número e a qualidade dos senadores oposicionistas estabeleciam a possibilidade real de influenciar nas votações e decisões da Casa…e nunca constou da minha agenda trabalhar a favor de empreiteiras, porque minha atuação visava à economia brasileira como um todo e não a particularismos suspeitos.

Sou prefeito de Manaus pela terceira vez. E nas minhas gestões, a Odebrecht jamais construiu um único centímetro de meio fio. Nunca trabalhou comigo ou para mim, ao longo dos meus 38 anos de vida pública.

O próprio delator, no pequeno trecho em que me citou, admite não ter intimidade comigo e que a tal contribuição de R$300 mil se deveria ao fato de ser eu “um parlamentar influente”. Não me relacionou a qualquer demanda de sua empresa, que tivesse contado com minha simpatia. E a verdade é que são mentirosas tanto a quantia que citou, quanto a forma de transferência do dinheiro, porque a realidade, que faço questão de repetir, é que recebi R$ 80 mil legais, transparentemente declarados à justiça eleitoral.

Tento enxergar para além da pura e simples inclusão do meu nome, sem nenhum destaque, nessa lista de centenas de figuras, que vão do presidente da República a ministros e do governador de São Paulo a pessoas públicas com mandato ou não. E a conclusão a que chego é que a direção da Odebrecht, essa capitã do “petrolão” e de toda a corrupção daí derivada, bem pode ser a tentativa final de melar a operação Lava Jato.

Afinal, misturando alhos com bugalhos e apresentando uma lista infindável de nomes, com ou sem ligação real com os acontecimentos delituosos, certamente aumentará em muito o tempo de avaliação dos fatos pelo STF, levando culpados reais a se beneficiarem da prescrição e, portanto, a se livrarem da dureza de condenações com consequências práticas imediatas.

Para mim, o mais relevante é defender meu nome e minha trajetória política, indo sem subterfúgios, à opinião pública. Mas anunciando também que processarei o sr. Claudio Melo e a empresa Odebrecht, no criminal e no cível, completando uma primeira etapa de reação a um quadro intolerável de difamação e perversa leviandade.

Um bom fim de semana a todos.”