BRASIL - Um grupo
de oito senadores fez uma "sabatina informal" com o ministro
licenciado da Justiça Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal
Federal (STF), no barco do senador Wilder Morais (PP-GO), em
Brasília, na terça-feira (7).
Segundo parlamentares que participaram do
encontro, eles questionaram Moraes sobre acusações de envolvimento com o
Primeiro Comando da Capital (PCC) e sobre as posições do ministro em relação à Lava Jato, à
legalização de drogas e à prisão em segunda instância.
O
encontro aconteceu na chalana Champagne, casa flutuante de Wilder.
Moraes
chegou uma hora atrasado, acompanhado de Sandro Mabel, assessor especial do
presidente Michel Temer. Também participaram do jantar os senadores Benedito de
Lira (PP-AL), Cidinho Santos (PR-MT), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Ivo Cassol
(PP-RO), José Medeiros (PSD-MT), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Zezé Perrella
(PMDB-MG). Desses, dois são membros titulares da CCJ, Wilder e Lira, e dois são
suplentes, Petecão e Cassol.
Moraes
não quis responder sobre temas relacionados à Lava Jato. "O clima foi
tenso. Todos fizeram muitas perguntas, mais duras do que as que serão feitas na
sabatina da CCJ", disse um dos senadores presentes.
Apesar
de não ter falado abertamente, o ministro licenciado teria demonstrado ser a
favor do entendimento do STF sobre a prisão em segunda instância, que permite
que réus possam ser presos mesmo que ainda tenham recursos pendentes na Justiça
- ele já defendeu a tese em livro. Moraes também sinalizou ser contra a legalização
das drogas.
Sobre
a acusação de que teria envolvimento com o PCC, disse que houve uma associação
equivocada, com base em reportagem publicada na imprensa.
Em
2015, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o então secretário da Segurança
de São Paulo aparecia no Tribunal de Justiça como advogado em pelo menos 123
processos na área civil de uma cooperativa citada em investigação que apura
suposta formação de quadrilha e lavagem de dinheiro do PCC.