2 de maio de 2017

DESESPERADO- Petista sem moral Tarso Genro diz para BBC que Jair Bolsonaro(O Mito) comanda a classe fascista do Brasil e que jamais ganhará de Lula

BRASIL – Desesperado com o crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas para presidente o petralha (Sem Moral e com Partido mais corrupto do Brasil) em entrevista para BBC chama os seguidores do Mito de fascistas, só faltou chamar de golpistas, vejam alguns trechos da entrevista.


BBC Brasil - Pesquisa Datafolha mostra o ex-presidente Lula liderando pesquisas, mas também com forte rejeição. Revela também crescimento de Bolsonaro. O sr. acha que Bolsonaro pode se tornar uma alternativa viável para a eleição de 2018, capaz de vencer Lula?

Tarso Genro - A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária.
BBC Brasil - Na sua visão, então, ele jamais venceria Lula em um segundo turno?
Genro - Sim, isso mesmo.

BBC Brasil - A dimensão da greve de sexta-feira foi relevante, mas alguns analistas dizem que não foi suficiente para impedir a aprovação das reformas. Qual é a sua leitura dos impactos da paralisação?
Genro - Talvez não seja realmente suficiente para travar a aplicação das reformas. A execução das reformas é demandada por protagonistas muito fortes, no plano interno e externo. As instituições privadas do capital financeiro, a mídia oligopolizada e as empresas que pensam em repor sua competitividade com uma exploração cada vez mais intensiva de mão de obra barata, no que se refere à reforma trabalhista.
Quanto à reforma da Previdência, esta é demandada pelos credores da dívida externa, a quem não interessa um Estado social de direito, mas um Estado pagador da dívida pública, tanto a legítima, como a ilegítima, inflada pela manipulação do preço dos seus juros e serviços.
O impacto da paralisação é relevante, porém, para o futuro da democracia no Brasil, pois demonstra que a esquerda e os setores democráticos que defendem um Estado social têm força para competir com o oligopólio da mídia, que é quem dirige efetivamente a pauta neoliberal no Brasil.

BBC Brasil - A CUT, central próxima ao PT, historicamente defende o fortalecimento das negociações diretas entre empresas e trabalhadores e já chegou a propor, nos anos 1980, a abolição da CLT. É preciso modernizar a legislação trabalhista?
Genro - Sim, é preciso modernizá-la para atender as regulações protetivas das novas profissões, serviços e atividades impulsionadas pelas novas tecnologias que reorganizam o processo do trabalho e as novas formas de cooperação entre as empresas.
Mas a CLT não pode ser simplesmente anulada, porque é o instrumento legal de proteção dos trabalhadores que estão inseridos no mundo do trabalho da segunda revolução industrial. Acabar com a CLT, em nome da flexibilização do contrato de trabalho clássico, sem pensar em novas tutelas do mundo do trabalho, é simplesmente voltar ao século 19.

BBC Brasil - As delações de executivos da Odebrecht apontam para uma promiscuidade quase generalizada entre a classe política e a empreiteira. Como o sr. recebe esses depoimentos? Considera as revelações realistas?
Genro - Essas relações da Odebrecht com o Estado brasileiro não são relações excepcionais. Todos os grandes grupos econômicos, todos os blocos de poder, de riqueza do Brasil, sempre se relacionaram com o Estado brasileiro da mesma forma.
Sempre abordaram o Estado através do controle que têm das instituições, das fontes de financiamento. Organizam o sistema político de acordo com suas necessidades oligárquicas e fazem do Estado brasileiro um servo de suas necessidades.
Isso aí é feito às vezes de maneira legal, aquilo que é permitido dentro de uma relação das forças econômicas com a política e o Estado. E às vezes é uma via ilegal. Então os (atos da) Odebrecht não são nenhuma exceção. Eles são na verdade uma espécie de representação realista do empresariado brasileiro na sua relação com o Estado.

BBC Brasil - Delações por si só não são consideradas provas e os citados sempre usam esse argumento ao se defender das acusações. Mas o sr. acha então que, de uma forma geral, são depoimentos realistas no que se refere à relação entre capital privado e Estado brasileiro?
Genro - Esses depoimentos estão sendo dados num quadro de exceção aqui no Brasil, então têm que ser examinados com cuidado. Podem ter coisas verdadeiras e coisas falsas. São colocações feitas para proteger os delatores da ação penal futura (buscando punições mais leves), de acordo com negociações feitas pelo Ministério Público.
Temos que avaliar é se estão sendo garantidos os respectivos direitos de defesa e se esses depoimentos não são industriados para salvaguardar pessoas que cometeram delitos, como ocorre em determinadas circunstâncias. Então não podemos ter um juízo definitivo sobre esses depoimentos porque são dados em momentos de exceção como forma de protegerem pessoas que estão denunciando.

BBC Brasil - O sr. vê algo positivo na Lava Jato? Como, por exemplo, ela jogar luz nessa relação promíscua entre Estado e capital privado?
Genro - Todo processo que investiga corrupção tem seu lado positivo. A Lava Jato não pode ser vista apenas como uma deformidade do processo penal brasileiro ou elemento de manipulação da opinião pública. Ela é uma reação natural do Estado brasileiro que passou a ter inclusive controles sobre a corrupção de uma maneira muita mais intensa durante os governos do presidente Lula, que aparelhou a Polícia Federal, prestigiou a Procuradoria, fortaleceu as instâncias de controle, instituiu a Controladoria Geral da União.