BRASIL - A Polícia Federal diz ter encontrado "diversos comprovantes de
depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição 'CX 2".
A lista
completa de materiais apreendidos inclui telefones celulares, obras de arte,
documentos e anotações sobre a Construtora Norberto Odebrecht e Joesley
Batista.
No apartamento
que o senador tem na Avenida Vieira Souto, no Rio, os agentes encontraram
"diversos documentos acondicionados em saco plástico transparente, dentre
eles um papel azul com senhas" e "diversos comprovantes de depósitos
e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição caixa 2".
Um aparelho
bloqueador de sinal telefônico também foi apreendido, além de 15 quadros 1 uma
escultura e um dos quadros tem a inscrição "Portinari".
Já no
gabinete do tucano no Senado, foram apreendidos "planilhas com indicações
para cargos federais", além de cópias de uma agenda de 2016 com os nome do
empresário Joesley Batista e a irmã de Aécio, Andrea Neves, presa durante a
operação. E também "folha manuscrita contendo dados do CNO (Construtora
Norberto Odebrecht)".
Há ainda o
registro de um "papel manuscrito contendo anotações citando o ministro
Marcelo Dantas", em uma possível indicação ao ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, investigado em um dos
inquéritos da Lava Jato.
RELATÓRIO INCLUÍ DOLEIROS INVESTIGADOS
O relatório
do material apreendido no gabinete do senador inclui ainda "folhas
impressas no idioma aparentemente alemão, relative a Nobert Muller".
Norbert Muller e a esposa Christine Puchmann são doleiros que já foram
investigados na Justiça Federal do Rio de Janeiro, na Operação Norbert. O
casal, segundo as investigações no Rio de Janeiro, seria responsável por criar
e manter contas bancárias em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa. Na
investigação havia uma referência a Inês Maria Neves Faria, mãe do senador
Aécio Neves. Os doleiros foram denunciados mas o inquérito foi arquivado.
O senador
cassado Delcídio do Amaral, quando fez acordo de colaboração premiada, relatou
ter ouvido de José Janene — ex-líder do PP, morto em 2010 — que Aécio Neves era
beneficiário “de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria
dono ou controlador de fato; que essa fundação seria sediada em Liechtenstein;
que o declarante não sabe precisar, mas ao que parece, a fundação estaria em
nome da mãe ou do próprio Aécio Neves”.