BRASIL - O Senado instalou nesta
quarta-feira, 2, a CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), aberta para investigar empréstimos do banco para internacionalização
de empresas, desde 1997.
Depois de um acordo mediado pelo presidente
do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a presidência da comissão ficou com o
senador Davi Acolumbre (DEM-AP), e a vice, com Sérgio Petecão (PSD-AC). Autor
do pedido de abertura da CPI, o senador Roberto Rocha (PSB-MA) vai relatar.
Na próxima terça-feira, 8, a CPI fará uma
reunião administrativa. O primeiro encontro para definição do plano de trabalho
e recebimento de requerimentos ocorrerá no dia 15 de agosto.
Segundo Roberto Rocha, a CPI deverá convocar
os irmãos Joesley e Wesley Batista, delatores da JBS, além de integrantes do
Ministério Público, como o procurador-geral Rodrigo Janot, e as últimas
direções do BNDES, incluindo a atual.
Delação da
JBS aponta para pagamentos a fiscais, admite Agricultura
"O Senado vai poder sinalizar para o
mercado interno e o externo que o BNDES é uma instituição séria. O governo
americano, onde estão os irmãos Batista, vai saber que o Senado está cumprindo
o seu dever, buscando investigar o que foi feito aqui, um plano de fuga que
alarmou todos os brasileiros. Eles estão morando nos Estados Unidos, mas
naturalmente vão ter que vir aqui prestar esclarecimentos à sociedade
brasileira", disse Rocha.
O senador afirmou que a CPI não será focada
em apenas uma empresa, mas que gostaria de esclarecer a escolha de
investimentos no exterior, em detrimento do Brasil. Ele citou construtoras flagradas
em crimes na Operação Lava Jato, como OAS e Odebrecht, como alvos da CPI.
A CPI tem prazo de seis meses de trabalho,
que pode ser prorrogado uma vez.