AMAZONAS -
O Hospital Universitário Francisca Mendes, que está sendo reestruturado pelo
Governo do Amazonas, alcançou no mês de agosto a marca de 4.000 cirurgias
cardíacas em pacientes adultos. A unidade é referência em cardiologia adulta e
pediátrica na rede pública de saúde e oferta os procedimentos cirúrgicos,
principalmente em adultos.
Nos últimos meses, a unidade
vem passando por um processo de reestruturação dos serviços. A manutenção e a
aquisição de novos equipamentos vêm permitindo ao hospital recuperar a
capacidade plena de atendimento. Um exemplo é o setor de hemodinâmica, que deve
dobrar procedimentos como cateterismo cardíaco adulto e infantil, neurológicos,
vasculares, ablação e implantação de marca passo.
“Conseguimos concluir a
manutenção de uma máquina de hemodinâmica e adquirimos outra, o que vai
permitir que dobremos a capacidade dos procedimentos neste setor que é
fundamental para aquela unidade referência da Rede Estadual de Saúde em
atendimentos cardíacos”, afirma o governador David Almeida.
Cirurgias – Casos de doenças
nas veias coronárias representam 50% das pessoas que necessitaram passar por
cirurgias cardíacas no Francisca Mendes. “São pacientes que necessitam colocar
pontes de safena ou mamária, para correção de problemas nas veias coronárias”,
explica o chefe do serviço de cardiologia, Mariano Terrazas.
Em segundo lugar, estão os
pacientes que apresentam problemas nas válvulas cardíacas e precisam passar
pelo procedimento cirúrgico para troca da válvula por uma prótese ou para
correção por plastia. Em terceiro, os pacientes com problemas na aorta, como os
aneurismas cardíacos.
A maioria dos pacientes, que
passou pelo procedimento cirúrgico para correção de problemas cardíacos, está
na faixa etária de 50 a 70 anos, sendo que 60% são do sexo masculino e 40% são
mulheres.
Mariano Terrazas explica que
as cirurgias cardíacas são procedimentos complexos e longos, com abertura do
tórax e necessidade de recuperação em leito da Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) durante as primeiras horas pós-cirurgia. Cada paciente fica internado por
uma média de 10 dias na recuperação pós-cirúrgica, entre o tempo que fica na
UTI e na enfermaria.
“Existe toda uma estrutura
necessária e equipe especializada para realizar esse tipo de cirurgia. Chegar a
esse número de 4.000 procedimentos cirúrgicos é um marco para o hospital e para
os profissionais, que possibilitam aos pacientes a oportunidade de sobreviverem
com qualidade de vida, apesar das restrições comuns de quem tem doença
cardíaca”, comemora o diretor do hospital, Pedro Elias de Souza.
Pioneiro
Mariano Terrazas lembra que as cirurgias cardíacas eletivas começaram a ser realizadas em 2004, através de um programa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), cuja meta inicial era realizar 50 cirurgias. A equipe era formada por seis cirurgiões cardíacos.
Mariano Terrazas lembra que as cirurgias cardíacas eletivas começaram a ser realizadas em 2004, através de um programa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), cuja meta inicial era realizar 50 cirurgias. A equipe era formada por seis cirurgiões cardíacos.
Com realização das primeiras
50 cirurgias, o Hospital conseguiu credenciamento junto ao Sistema Único de
Saúde (SUS) para dar seguimento ao programa que foi crescendo e chegou no mês
de agosto, à marca de 4.000 procedimentos.
Atrelado ao serviço de
cardiologia foi implantado um programa de residência médica em cirurgia
cardiológica para formação de novos médicos especialistas na área. “Hoje nossa
equipe conta com 14 cirurgiões e todos que entraram na equipe após o início do
projeto, vieram dessa residência médica”, explica Terrazas.
A equipe realiza dois
procedimentos cirúrgicos em pacientes adultos por dia e estão sendo
implementadas ações internas para aumentar em mais uma cirurgia por dia. “Nosso
objetivo é realizar 60 procedimentos cirúrgicos em pacientes adultos todos os
meses. Hoje fazemos 40”.
Clube do Coração
Os pacientes também contam com o suporte de uma equipe formada por enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos que dão todo o suporte necessário, tanto no pré quanto no pós-operatório.
Os pacientes também contam com o suporte de uma equipe formada por enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos que dão todo o suporte necessário, tanto no pré quanto no pós-operatório.
“Nós temos um projeto
chamado Clube do Coração, onde nós atendemos esse paciente de forma integral,
com acad profissional dando suporte na sua área de competência e preparando
esse paciente para realizar um tratamento completo e ter sua saúde
reestabelecida”, explica Pedro Elias.
Toda semana é feita uma
reunião com os pacientes que estão com a cirurgia agendada e em uma conversa
informal são repassadas todas as informações relativas ao procedimento
cirúrgico, os riscos, os cuidados. Os pacientes têm direito a se expressar,
tirar suas dúvidas, expor seus medos.
“É uma reunião descontraída,
leve, onde falamos uma linguagem que eles entendam e participem ativamente de
todo o processo”, relata Pedro Elias.
Há também uma reunião
mensal, entre as equipe e pacientes que já passaram pelo procedimento
cirúrgico, na qual o paciente é avaliado e orientado de como deve seguir para
manter seu quadro de saúde.
Cardiopediatria
Em 2014, o Francisca Mendes passou a realizar cirurgias cardíacas em crianças. Nesses três anos, foram realizadas 400 cirurgias cardíacas pediátricas, atendendo pacientes com idade entre zero e 15 anos. Esse programa também deverá ser ampliado, saindo de uma cirurgia por dia para duas.
Em 2014, o Francisca Mendes passou a realizar cirurgias cardíacas em crianças. Nesses três anos, foram realizadas 400 cirurgias cardíacas pediátricas, atendendo pacientes com idade entre zero e 15 anos. Esse programa também deverá ser ampliado, saindo de uma cirurgia por dia para duas.