13 de dezembro de 2017

Operação "Custo Político" prende três ex-secretários de saúde e bloqueia R$ 67 milhões para ressarcir o Estado do Amazonas.

BRASIL - A Operação Custo Político, desdobramento da Maus Caminhos, movimentou Manaus na manhã desta quarta-feira.
A operação cumpriu 12 mandados de prisão (sendo três de prisão preventiva e nove de prisão temporária), além de 27 mandados de condução coercitiva. Entre os investigados estão ex-secretários de saúde e da Casa Civil do governo do Amazonas.

Toda a ação de hoje foi assinada e autorizada pela juíza Ana Paula Serizawa.

Confira a lista dos presos

- Prisão preventiva

1 – Mouhamed Moustafa

2 – Wilson Duarte Alecrim

3 – Pedro Elias de Souza

4 – Afonso Lobo de Moraes

5 – Raul Zaidan

6 – Antônio Evandro Melo

7 – Aroldo da Silva Ribeiro

- Prisão temporária

1 – Priscila Marcolino Coutinho

2 – José Duarte dos Santos

3 – Keytiane Evangelista

4 – Isaac Bemerguy Ezaguy

5 – Ana Claudia da Silveira

6 – Marinete Mendes da Silva
  
  
Agentes políticos e servidores públicos do Amazonas recebiam propina de integrantes da quadrilha da Maus Caminhos, acusada de desviar R$ 110 milhões da Saúde do Estado. É o que divulgou a Polícia Federal. Entre os alvos da operação estão os ex-secretários da Saúde, Wilson Alecrim, Evandro Melo e Pedro Elias, e da Casa Civil, Raul Zaidan.
   
Além da PF, participaram da operação o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União (CGU). Conforme a PF, os integrantes da quadrilha da Maus Caminhos usavam recursos públicos desviados do Fundo Estadual de Saúde do Amazonas para pagar propinas a políticos e servidores com o propósito de obter facilidades dentro da administração pública estadual, tais como agilizar a liberação de pagamentos, obtenção de contratos públicos e o encobrimento dos ilícitos praticados.

Entre os alvos estão três ex-secretários de Saúde, o ex-secretário de Administração e Gestão, o ex-chefe da Casa Civil, bem como dois ex-secretários executivos da Secretária de Saúde do Amazonas. 
  
Avião e R$ 67 milhões
    
Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove mandados de prisão temporária, 27 conduções coercitivas, 27 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis, incluindo uma aeronave Cessna560 XLS. A Justiça Federal também determinou o bloqueio dos bens e valores dos investigados no montante de aproximadamente R$ 67 milhões visando o futuro ressarcimento do Estado.
   
O objetivo da nova fase da Manaus Caminhos é investigar crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e organização criminosa praticados por membros da organização criminosa da Maus Caminhos, alvos da primeira fase da operação. A operação foi executada em Manaus e nas cidades de São Paulo (SP), Recife (PE) e Brasília (DF) por 135 policiais federais e seis servidores da CGU.
   
Maus Caminhos 1
  
A primeira fase da Maus Caminhos aconteceu em novembro de 2016, quando foram presos o médico e empresário Mouhamad Moustafa e outros envolvidos acusados de participarem de uma quadrilha que desviou R$ 110 milhões de recursos públicos através de contratos com a Susam e empresas terceirizadas.
   
Os alvos da primeira fase, como o próprio Mouhamad, a advogada Priscila Marcolino e a enfermeira Jenifer Nayara Youchabel – ex-presidente do Instituto Novos Caminhos, entidade partícipe no esquema criminoso – já respondem judicialmente pelos crimes. No mês passado, novembro, eles prestaram depoimento na sede da Justiça Federal como réus da Maus Caminhos.
    
Em delação premiada, a enfermeira Jenifer Nayara afirmou à Justiça Federal que o empresário e médico Mouhamad Moustafa chegou a pagar um apartamento para o filho de outro ex-secretário da Susam, Pedro Elias, que assumiu a secretaria em julho de 2015, após Wilson Alecrim. Elias comandou a Susam até janeiro deste ano, 2017.