BRASIL - O ex-governador
Sérgio Cabral (PMDB) foi condenado pelo juiz Marcelo Bretas a 15 anos de
reclusão na ação penal que trata de parte da Operação Eficiência, que
investigou a atuação dos doleiros Renato e Marcelo Chebar.
Esta é
a quarta condenação contra o peemedebista em processo decorrentes da Operação
Lava Jato. Ele já soma 87 anos de prisão e responde a outros 12 processo na
Justiça Federal do Rio.
Também
foram condenados a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, seu ex-sócio Thiago
Aragão, quatro operadores de Cabral, e três doleiros que firmaram delação
premiada. O publicitário Francisco de Assis Neto, o Kiko, foi absolvido.
Este
processo trata da movimentação da propina dentro do Brasil por meio dos
doleiros Renato e Marcelo Chebar. Os dois eram os responsáveis por administrar
os recursos arrecadados pelo peemedebista no país, sob orientação de Carlos
Emanuel Miranda, "gerente" do esquema.
Em
depoimento, Cabral reconheceu que os doleiros eram os responsáveis por gerir
dinheiro do caixa dois de campanha no país, bem como as sobras de que fazia uso
pessoal.
A
movimentação dos recursos no exterior é alvo de outro processo. O peemedebista
nega ter orientado o envio de recursos para fora do país.
O
ex-governador é acusado de cobrar 5% de propina sobre grandes contratos do
Estado em sua gestão (2007 a 2014). Ele nega que tenha exigido os valores em
troca de benefícios no governo.
Em outubro Picciane, presidiário, disse
que não expulsaria Cabral do Partido
presidente
da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB),
voltou a ocupar o cargo nesta quarta-feira (4), após três meses de licença para
tratar um câncer. No retorno, Picciani falou sobre a condenação de Sérgio
Cabral (PMDB).
Presidente
do partido no Estado, Picciani descartou a possibilidade de abrir um processo
de expulsão contra o ex-governador, mesmo após a pena de 45 anos de prisão.
"Não,
de forma nenhuma. Cabral tem serviços prestados ao PMDB enormes, está fora da
vida partidária. Evidentemente não participa. Seria uma decisão inócua expulsar
alguém que não está participando. Não faço política dessa forma. Sou
pragmático. Não vejo que efeito possa ter".
O
retorno do presidente da Alerj foi celebrado nos corredores da Casa, onde
recebeu beijos e abraços de líderes partidários - tanto da situação, quanto da
oposição. Os parlamentares celebraram o poder de articulação de Picciani, que
respondeu a perguntas sobre seu estado de saúde, e abusou do bom humor.
À
reportagem, brincou sobre a impossibilidade do governador Pezão se candidatar
novamente ao Governo do Estado. "O Pezão nem pode (ser candidato), já foi
reeleito. Graças a Deus", ironizou. Mais sério, disse que o governador foi
"incansável" na assinatura do Regime de Recuperação Fiscal, embora
aponte defeitos em seu mandato.
"Na
recuperação fiscal, Pezão tem responsabilidade enorme. Assim como nós, a Alerj,
também. Eu e o presidente (da Câmara) Rodrigo Maia ajudamos muito para que
chegasse a um bom termo, mas Pezão foi incansável. Tem muito mérito nisso, mas
tem também responsabilidade por não ter reconhecido tamanho da crise e ter
demorado a tomar decisões que acabaram agravando a crise. Isso falo desde o
primeiro semestre de 2015.
Fonte: G1 e MSN