18 de fevereiro de 2018

Intervenção ou Farsa Política - Raul Jungmann avalia ser candidato ao Governo do Rio.

BRASIL - Na esteira da atuação das Forças Armadas no Rio e aproveitando o vácuo político existente no estado, o ministro Raul Jungmann (Defesa) avalia transferir seu domicílio eleitoral e se candidatar ao governo do Rio no ano que vem.
A notícia foi antecipada pela coluna Brasil Confidencial, da revista "Isto É". Jungmann é suplente de deputado federal pelo PPS de Pernambuco.

O ministro nega que pretenda disputar as próximas eleições pelo Rio, mas a possibilidade foi confirmada pelo presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP). Políticos de Pernambuco também afirmam que já conversaram sobre o assunto com Jungmann.

— É algo que o próprio partido admite como uma hipótese. Ele é um nome nacional. A presença dele frente à movimentação das Forças Armadas (no Rio) o credenciam. Ele está tendo um papel de expressão nisso — disse o presidente do PPS.

Ainda de acordo com Freire, chegou-se a discutir ainda a possibilidade de Jungmann transferir seu domicílio eleitoral para o Distrito Federal:
— Também foi levantada a possibilidade de Brasília, mas a presença dele no Rio é mais forte.
Jungmann era vereador por Recife quando disputou uma vaga de deputado federal nas eleições de 2014. Ele não conseguiu os votos suficientes e ficou de suplente. O atual ministro assumiu o mandato de deputado federal _e renunciou ao de vereador _ em fevereiro de 2015, quando quatro deputados federais foram chamados para compor o secretariado do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

Nesta segunda-feira, depois de dar uma entrevista coletiva no Rio após megaoperação das Forças de Segurança em oito comunidades da Zona Norte da cidade, Jungmann negou que pretenda transferir seu domicílio eleitoral.
— Isso vai ficar claro no dia 21 de setembro (sic) quando acabar o prazo para transferir o domicílio eleitoral — disse ele.

Na verdade, o prazo é de um ano antes das eleições para que o candidato transfira seu domicílio eleitoral para o estado em que irá concorrer. No caso, isso teria que ser feito até o dia 7 de outubro.

As investigações da Operação Lava-Jato e o desgaste do PMDB do Rio tornam as eleições para o governo do estado incertas. Principal força política do estado, o PMDB teve sua maior liderança, o ex-governador Sérgio Cabral, presa. Pré-candidato do partido a governador, o ex-prefeito Eduardo Paes aguarda o desdobramento de investigações contra ele e ainda está às voltas com a prisão de seu ex-secretário de Obras Alexandre Pinto, acusado de cobrar 1% de propina no contrato de R$ 500 milhões de um dos trechos do BRT Transcarioca. Já Paes é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro após ser citado nas delações da Odebrecht.